Farc: Acordo sobre drogas é adiado para próximo ciclo de diálogos

O 24º ciclo de diálogos entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo colombiano terminou neste domingo (4) sem um acordo sobre a questão das drogas. A conclusão deste que é o terceiro ponto da agenda de negociações era esperada para esta etapa devido ao avanço das partes em torno do tema. O diálogo deve ser retomado no dia 12, enquanto isso, ambos os lados realizarão consultas separadamente em busca da solução definitiva ao problema das drogas.

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"Durante este ciclo de conversações, discutimos todos os aspectos sobre a solução ao problema das drogas ilícitas, e pudemos alcançar acordos sobre vários pontos", indicaram as delegações em uma declaração conjunta à imprensa lida no Palácio de Convenções, em Havana (Cuba), onde acontecem as mesas de negociação desde novembro de 2012.

Na próxima semana, os representantes das Farc e do governo colombiano devem trabalhar de maneira isolada. “Cada delegação realizará consultas, separadamente, para analisar os assuntos que ainda estão em discussão”, diz o comunicado. No dia 12 de maio, as delegações voltam a se reunir em busca de uma solução definitiva sobre o tema.

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Alguns veículos de comunicação divulgaram a notícia como “fracasso” das partes neste ponto dos diálogos de paz. No entanto, a pausa e os diversos ciclos de conversações são normais e necessários para qualquer processo de paz.

As delegações também aproveitaram o comunicado para convidar "todos os cidadãos e organizações sociais a participar com as suas propostas sobre a agenda de conversações através do seu site ou através dos governos e das prefeituras do país".

Segundo Iván Márquez, chefe da delegação das Farc, o ciclo de negociações teve um “progresso significativo” e há um "bom ambiente" na mesa. Ele leu uma declaração indicando que estão prestes a fechar a discussão sobre as drogas ilícitas e já se preparam para iniciar o quarto tema da agenda, sobre as vítimas do conflito.

Théa Rodrigues, da Redação do Portal Vermelho,
Com informações do El Espectador, Prensa Latina e agências de notícias