Cuba ainda sofre com a "guerra não convencional" dos EUA
Os quatro cubanos presos no último dia 26 de abril, em Miami, acusados de tentar executar ações terroristas contra a ilha caribenha, seguem os passos da doutrina da "guerra não convencional".
Publicado 08/05/2014 11:31
De acordo com informação divulgada pelo Ministério do Interior de Cuba, José Ortega Amador, Obdulio Rodríguez González, Raibel Pacheco Santos e Félix Monzón Álvarez reconheceram que pretendiam atacar instalações militares com o objetivo de promover ações violentas e para isso começaram a estudar e estruturar seus planos desde meados de 2013 em suas reiteradas viagens ao país.
O comunicado do governo cubano afirma que estes cidadãos mantinham vínculos com Santiago Álvarez Fernández-Magriná e Osvaldo Mitat, também residentes em Miami e ligados a Luis Posada Carriles (ex-agente da CIA, declarado terrorista pelo governo cubano e pelo governo da Venezuela). Por isso, o Ministério investiga a associação dos cubanos com as recentes denúncias de Cuba sobre as redes sociais ZunZuneo e Piramideo.
As autoridades de Havana insistem em que a criação de uma plataforma similar a do Twitter destinada a Cuba fazem parte da estratégia de desestabilização que Washington trata de aplicar para subverter a ordem social na ilha.
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Como revelou a agência de notícias Associated Press a inícios do mês de abril, ZunZuneo pretendia, entre 2009 e 2012 quando esteve em funcionamento, fomentar uma rede social que facilitasse o acesso dos cubanos à internet, em especial os jovens.
Em uma primeira etapa se enviariam mensagens "nobres" como notícias de esportes, música e cultura, e depois começariam a se introduzir outras com conteúdo político marcado que incitariam as revoltas populares ao estilo da “Primavera Árabe”.
Este tipo de estratégia de desestabilização é uma velha conhecida dos EUA, está contida na circular de enfrentamento TC-1801 das Forças de Operações Especiais, publicada em novembro de 2010 com o título "A Guerra não Convencional".
Chama a atenção, sem dúvidas, que estes planos apareçam quando existem esses programas do estilo ZunZuneo e Piramideo, que empregam os avanços das tecnologias da informação e das comunicações para seus fins de subversão contra a ilha.
Mas é um paradoxo que o governo dos Estados Unidos mantenham Cuba em uma lista de países patrocinadores do terrorismo, enquanto dentro de seu território residem indivíduos como estes, cujos possíveis atos criminosos poriam em perigo a vida de pessoas inocentes.
Este novo fato justifica mais uma vez que enquanto se forjem planos terroristas a partir dos Estados Unidos, como os que deixaram mais de cinco mil vítimas fatais e deficientes no país antilhano nos últimos cinquenta anos, Havana terá o direito de se defender.
Segundo especialistas sobre o tema, diferentemente da administração de George W. Bush, o governo do presidente Barack Obama não tem os vínculos explícitos com os subversivos de Miami, motivo pelo qual poderia agir para pôr fim às suas ações.
Fonte: Prensa Latina