Cuba ainda sofre com a "guerra não convencional" dos EUA

Os quatro cubanos presos no último dia 26 de abril, em Miami, acusados de tentar executar ações terroristas contra a ilha caribenha, seguem os passos da doutrina da "guerra não convencional". 

De acordo com informação divulgada pelo Ministério do Interior de Cuba, José Ortega Amador, Obdulio Rodríguez González, Raibel Pacheco Santos e Félix Monzón Álvarez reconheceram que pretendiam atacar instalações militares com o objetivo de promover ações violentas e para isso começaram a estudar e estruturar seus planos desde meados de 2013 em suas reiteradas viagens ao país.

O comunicado do governo cubano afirma que estes cidadãos mantinham vínculos com Santiago Álvarez Fernández-Magriná e Osvaldo Mitat, também residentes em Miami e ligados a Luis Posada Carriles (ex-agente da CIA, declarado terrorista pelo governo cubano e pelo governo da Venezuela). Por isso, o Ministério investiga a associação dos cubanos com as recentes denúncias de Cuba sobre as redes sociais ZunZuneo e Piramideo.

As autoridades de Havana insistem em que a criação de uma plataforma similar a do Twitter destinada a Cuba fazem parte da estratégia de desestabilização que Washington trata de aplicar para subverter a ordem social na ilha.

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Como revelou a agência de notícias Associated Press a inícios do mês de abril, ZunZuneo pretendia, entre 2009 e 2012 quando esteve em funcionamento, fomentar uma rede social que facilitasse o acesso dos cubanos à internet, em especial os jovens.

Em uma primeira etapa se enviariam mensagens "nobres" como notícias de esportes, música e cultura, e depois começariam a se introduzir outras com conteúdo político marcado que incitariam as revoltas populares ao estilo da “Primavera Árabe”.

Este tipo de estratégia de desestabilização é uma velha conhecida dos EUA, está contida na circular de enfrentamento TC-1801 das Forças de Operações Especiais, publicada em novembro de 2010 com o título "A Guerra não Convencional".

Chama a atenção, sem dúvidas, que estes planos apareçam quando existem esses programas do estilo ZunZuneo e Piramideo, que empregam os avanços das tecnologias da informação e das comunicações para seus fins de subversão contra a ilha.

Mas é um paradoxo que o governo dos Estados Unidos mantenham Cuba em uma lista de países patrocinadores do terrorismo, enquanto dentro de seu território residem indivíduos como estes, cujos possíveis atos criminosos poriam em perigo a vida de pessoas inocentes.

Este novo fato justifica mais uma vez que enquanto se forjem planos terroristas a partir dos Estados Unidos, como os que deixaram mais de cinco mil vítimas fatais e deficientes no país antilhano nos últimos cinquenta anos, Havana terá o direito de se defender.

Segundo especialistas sobre o tema, diferentemente da administração de George W. Bush, o governo do presidente Barack Obama não tem os vínculos explícitos com os subversivos de Miami, motivo pelo qual poderia agir para pôr fim às suas ações.

Fonte: Prensa Latina