Congresso Nacional Africano vence eleições na África do Sul

O Congresso Nacional Africano (ANC) venceu nesta semana sem tropeços a quinta eleição parlamentar da África do Sul, manteve a maioria na Assembléia Nacional e conquistou outro mandato para o presidente Jacob Zuma.

Depois da apuração geral da quarta-feira (7), que funcionou também como um referendo para o partido histórico de Nelson Mandela, o CNA pareceu referendar o famoso provérbio de que 20 anos não são nada e ao programa da Revolução Democrática ainda lhe resta bom tempo para executar.

O apoio popular em massa para a organização liderada por Zuma e Cyril Ramaphosa não foi afetado por uma prolongada greve mineira no setor da prata ou pelo caso Nkandla, ambos os temas usados pela oposição como bandeiras elitistas.

Entre 29 partidos políticos que disputaram os votos de 18,6 milhões de eleitores, o ANC obteve 11,4 milhões de apoiantes, o que representou o 62,15 % do total de votos e quase triplicou o apoio ao segundo partido mais votado.

A Comissão Eleitoral Independente (IEC) completou na sexta-feira (9) à noite a contagem das votações gerais parlamentares 2014, que marcaram duas décadas de governo para o movimento de libertação fundado em 1912.

Cerca de 50 horas após o fechamento de urnas, a IEC informou que tinha terminado a revisão dos resultados nos 22.262 distritos e o total de votos válidos chegava a 18.654.457.

O relatório menciona também 251.960 cédulas anuladas pelos próprios votantes, cuja participação representou um número nacional de 73,43 % dentro de um padrão de 25,3 milhões de eleitores registrados desde novembro de 2013.

Além do CNA, os quatro partidos mais votados na lista final foram Aliança Democrática (DA, com 22,23 %), Combatentes pela Liberdade Econômica (6,35 %), Inkatha Freedom Party (2,40 %) e National Freedom Party, que obteve 1,57 % dos votos.

Um total de 23 partidos que se apresentaram na diputa eleitoral nacional ficaram por volta de 1%, testemunhando como está concentrada a tendência do voto cívico na chamada Nação do Arco-Íris.

O CNA triunfou em oito das nove províncias, em Limpopo e Mpumalanga com uma vantagem esmagadora de quase 70 pontos percentuais. Só em Western Cape o partido de oposição DA (da minoria branca) conseguiu manter o governo regional, que lidera desde as eleições de 2009.

Nas eleições de 2014, o número de votantes foi proporcionalmente menor que a participação há cinco anos, quando o comparecimento foi de 77,3 % ou 17,9 milhões de eleitores.

Neste ano os departamentos com melhores desempenhos em comparecimento ante as urnas foram KwaZulu- Natal (76,91 %), Gauteng (76,54 %), Mpumalanga (75,68 %), Western Cape (74,39 %) e Northern Cape, com o 73,82 %.

Durante as próximas duas semanas, o Chefe de Estado Zuma deverá anunciar seu novo gabinete ministerial para o período executivo 2014-2019 e no dia 24 de maio será a tomada de posse presidencial oficial na sede do Union Buildings, em Pretoria.

A primeira sessão do novo Parlamento da África do Sul terá lugar no dia 21 de maio e nesse dia a bancada de deputados com maioria de cadeiras deve confirmar o Presidente da República, acordou o Tribunal Constitucional Nacional (TCN).

O TCN acrescentou que a primeira sessão do Conselho Geral das Províncias (câmara alta, equivalente ao Senado em outros países) se levará a cabo na quinta-feira 22 deste mês, e nessa jornada se elegerão o Presidente e Vice-presidente para a assembléia legislativa.

As consultas populares do dia 7 de maio marcaram duas décadas desde a aprovação do voto universal para adultos depois do desmantelamento do regime racista e foram as primeiras onde participaram pessoas nascidas após o apartheid.

Após as eleições quinquenais de 2009, o Congresso Nacional Africano conservou sua maioria com 264 cadeiras de um total de 400 (66%) na Assembléia Nacional. O oposicionista DA assegurou 67 cadeiras parlamentares, para 16,75% de votos.

Fonte: Prensa Latina