Fim da política antidrogas dos EUA: Usaid deixa o Equador

A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (Usaid, na sigla em inglês) irá interromper seus trabalhos no Equador até o final de setembro. Também será suspensa a polêmica política antidrogas que é aplicada pelo organismo no país sul-americano. 

Por Théa Rodrigues, da Redação do Portal Vermelho

Fim da política antidrogas dos EUA: Usaid deixa o Equador - Reprodução

“A Usaid não poderá executar nenhuma atividade nova, nem ampliar os prazos de execução de projetos”, afirma o titular do organismo, Gabriel Ros, em texto divulgado pela agência de notícias Associated Press. Segundo ele, a decisão foi tomada pela administração do organismo em Washington.

Na última quarta-feira (8), o encarregado antidrogas do Departamento de Estado dos EUA, William Brownfield, já havia afirmado que "a seção do INL (bureau norte-americano de cooperação contra o narcotráfico internacional), que esteve no Equador por mais de 30 anos, será fechada", durante uma audiência no Congresso em Washington. "Teremos todos (os funcionários) fora de lá até o final de setembro deste ano", assinalou o alto funcionário, sem detalhar quantos agentes trabalham no Equador.

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Segundo o relatório “Latin America awakes: a review of the new drug police”, divulgado no ano passado, resultante da parceria entre o Norwegian Peacebuild Resource Centre (Noref) e o Instituto Igarapé, a guerra às drogas falhou na América Latina e acabou gerando um problema ainda maior que o próprio narcotráfico.

O relatório afirma ainda que as mudanças em curso na América Latina poderão influenciar a abordagem das políticas sobre drogas dos Estados Unidos, que aos poucos já têm abandonado a guerra às drogas e abordado o assunto em termos de saúde pública.

Rafael Correa, presidente do Equador, disse que a saída da Usaid de seu país não representa um fato capaz de danificar as relações diplomáticas entre as duas nações. A Usaid criou várias tensões diplomáticas com os países da América Latina e é acusada de gerar desestabilização e conspirar contra as gestões progressistas da região.