RS: Metalúrgicos de Caxias do Sul reivindicam reajuste salarial

Os metalúrgicos de Caxias do Sul (RS) aprovaram na manhã do último sábado (10), a pauta de reivindicações do dissídio 2014. Por unanimidade, cerca de 300 trabalhadores que participaram da assembleia geral, realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, decidiram reivindicar um reajuste salarial de 13,5% e mais de 70 cláusulas sociais.

Entre as reivindicações estão: jornada de trabalho, transporte e alimentação subsidiados, auxílio-creche para crianças de até 5 anos, equiparação salarial entre homens e mulheres e também nos casos de trabalhadores com a mesma função, auxílio-lanche para estudantes e uma atenção especial na situação dos mensalistas que trabalham 5 dias por ano de graça para os patrões.

Além disso, neste ano, uma das cláusulas será a instituição de intervalos de 10 minutos a cada 2 horas trabalhadas conforme a Norma Regulamentadora 15, além da aplicação da NR 12 que trata de segurança no trabalho.

Uma das bandeiras a ser defendida nesta campanha salarial é a elevação do piso da categoria para R$ 1.500. O índice de reajuste é baseado na inflação dos últimos 12 meses e no crescimento registrado pelas empresas no período.

O presidente do sindicato, Assis Melo, destacou que esse é um momento importante para a categoria que somente com união e mobilização conseguirrá obter mais conquistas. “Essa assembleia comprova a mobilização, o interesse e a união dos trabalhadores metalúrgicos que vieram em grande número para debater as nossas reivindicações. Somos o 2º polo metalomecânico do Brasil, os empresários dizem que a qualidade da nossa produção é uma das melhores, mas na hora de valorizar o trabalhador, que lhes garante o lucro, eles dizem o contrário”.

Assis clamou por dignidade no trabalho destacando ainda, a importância de os trabalhadores refletirem sobre o custo que o metalúrgico tem para trabalhar. “Esse é um debate importante. Temos que avaliar todas as questões. Qual o nosso custo para ir trabalhar? No salário são descontados transporte, alimentação, plano de saúde, taxas bancárias… Temos que refletir sobre o que deixamos para as empresas. Através das cláusulas sociais podemos diminuir esses descontos, ou seja, ganhar mais.”

Quanto à crise relatada pelos empresários, o vice-presidente do sindicato, Leandro Velho, salientou que nesses momentos os empresários pedem o apoio dos trabalhadores, no entanto, quando vão em busca de financiamentos como o Bndes (Banco Nacional do Desenvolvimento) nunca pensam nos trabalhadores e sim nos lucros. “O Bndes é do povo, dos trabalhadores, uma parte do dinheiro sai dos FGTS de todos nós, e em nenhum momento na reunião realizada no sindicato nessa semana, a qual estive presente, citaram a situação dos trabalhadores. Pude constatar que a realidade é diferente do relatado pelos patrões. Os empresários querem somente fazer terrorismo com os trabalhadores em pleno dissídio. A campanha salarial é a nossa ferramenta de valorização, temos argumentos e sabemos a nossa realidade. Iniciamos hoje uma grande caminhada e precisamos estar unidos e mobilizados”, destaca.

A pauta de reivindicações será apresentada ao Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Simecs). Na próxima segunda-feira (19), a campanha será apresentada à imprensa local. A data base da categoria é 1º de junho.

Fonte: CTB