Venezuela: Nicolás Maduro insiste em dialogar com a oposição
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu que o povo transforme a segurança cidadã em um tema prioritário para o país. Após a decisão dos opositores de “paralisar” as reuniões, o mandatário denunciou as pressões para acabar com o diálogo de paz empreendido pelo governo. Em seu programa semanal exibido pela televisão venezuelana, Maduro pediu ainda que os opositores reunidos na Mesa de Unidade Democrática (MUD) evitem as conspirações e os constantes ataques contra administração do Estado.
Publicado 14/05/2014 11:49
A segurança cidadã é uma ação desenvolvida pelo Estado, com a colaboração dos cidadãos e de outras organizações do poder público. Trata-se de assegurar a convivência pacífica, a erradicação da violência e a utilização pacífica e ordenada de vias e espaços públicos. É uma ferramenta para fortalecer o sistema democrático, garantir os direitos humanos e consolidar a soberania nacional da Venezuela.
Segundo Maduro, o mecanismo é “um espaço de debate e de diálogo que permite construir uma agenda nacional por maio da qual surgem acordos que favorecem a paz no país”. Por isso, o presidente insistiu que não vai interromper a mesa de diálogos: “espero que eles [os opositores] tampouco parem, pois o fato de estar dialogando e debatendo é um avanço democrático importante e o simples diálogo é um resultado positivo para os venezuelanos”, afirmou.
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Diante dos protestos violentos no início deste ano, em 10 de abril, após oito semanas de repetidas tentativas de iniciar um debate em prol da paz, o governo conseguiu instalar, no Palácio de Miraflores, um diálogo com os partidos opositores da MUD.
O principal pretexto dado pelos representantes da oposição venezuelana para a suspensão das negociações foi a prisão de 243 jovens em uma operação policial que visava desmantelar quatro acampamentos de grupos de extrema direita, em Caracas. No local foram encontradas drogas, explosivos, morteiros e bombas de gás lacrimogêneo que seriam utilizados, segundo informações da AVN, em atos terroristas contra os corpos de segurança do Estado.
A maioria dos jovens detidos já foi liberada, apenas 11 permanecem presos por porte ilegal de armas. Esse argumento, portanto, não é suficientemente convincente, por isso, nesta terça-feira (13), o secretário executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo, fez um pronunciamento afirmando que as conversas estão congeladas por falta de respostas do governo às demandas da oposição.
Maduro disse que recebeu algumas propostas da oposição, com relação ao Plano Pátria Segura e assegurou que serão estudadas: “Se há ideias positivas levarei em conta e direi publicamente porque nós somos um governo democrático”.
Para o presidente, “é vital que (os opositores) nos reconheçam, nós reconhecemos eles com suas virtudes, mesmo que tenha se metido em tantas aventuras golpistas”.
Na próxima quinta-feira (15), o país receberá os chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que apoia a iniciativa do chefe de Estado, para que sejam retomadas as negociações.
Théa Rodrigues, da Redação do Portal Vermelho,
Com informações da AVN, Prensa Latina e agências de notícias.