Votação de reforma política anti-democrática é novamente suspensa

Mais uma vez os deputados progressistas que atuam na Câmara conseguiram impedir a votação da proposta anti-democrática de reforma política que está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Como da vez anterior, partidos como o PCdoB, Psol e PT conseguiram, nesta terça-feira (13), impedir a discussão da matéria fazendo obstrução, manobra legislativa que obrigou o encerramento da sessão. 

Votação de reforma política anti-democrática é novamente adiada - Richard Silva

O deputado Evandro Milhomenn (PCdoB-AP), que encaminhou a votação pelo PCdoB de retirada de pauta da matéria, explicou que “nós temos um projeto mais completo, de iniciativa popular, que nem foi discutido. Precisamos discutido com mais tempo e mais profundidade esse assunto”, acrescentando que a proposta em análise na CCJ não resolve os problemas crônicos do sistema eleitoral brasileiro, pelo contrário, vai piorar a situação.

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“Não podemos votar açodadamente esse projeto, que não vai resolver problema, vai piorar a situação”, afirmou Milhomenn, defendendo um debate em todo o país sobre o tema da reforma política.

O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) também defendeu o adiamento do debate e, como o deputado comunista, disse que o projeto em pauta atende apenas os interesses dos grandes partidos, em referência ao PMDB que é favorável ao projeto que, entre outras medidas, permite a doação de empresas nas campanhas eleitorais.

“Não queremos sequer o início da discussão agora porque a situação agora é de desencanto dos brasileiros com as instituições. Existe uma crise e a reforma política é um caminho de superação dessa crise, mas ela tem que ser feita como prega instituições como a CNBB e OAB, com intensa participação popular”, explicou Alencar.

De Brasília
Márcia Xavier