Ex-presidente da Guatemala é condenado nos EUA por lavagem de dinheiro

 O ex-presidente da Guatemala, Alfonso Portillo, foi condenado nesta quinta-feira (22) por um tribunal federal de Nova York a cinco anos e dez meses de prisão por lavagem de dinheiro obtido de um suborno do governo de Taiwan, informou a promotoria.

Ex-presidente da Guatemala é condenado nos EUA por lavagem - EFE

O juiz James Patterson considerou que o delito de Portillo foi um "abuso da confiança pública" e lhe obrigou a devolver os US$ 2,5 milhões que aceitou como suborno do governo de Taiwan para que a Guatemala o reconhecesse diplomaticamente e terá que pagar, além disso, uma multa de US$ 100.

Portillo, que exerceu a presidência de 2000 a 2004, lavou o dinheiro dos subornos em bancos americanos e europeus e foi extraditado da Guatemala para Nova York em maio do ano passado.

O ex-presidente guatemalteco, após rejeitar todas as acusações apresentadas pela procuradoria do distrito Sul de Nova York em janeiro de 2010 que lhe acusavam de "transformar o posto da presidência da Guatemala em seu caixa automático pessoal", se declarou culpado em 18 de março de um deles, pelo qual foi sentenciado hoje.

Subornos

Alfonso Portillo, de 62 anos, recebeu estes subornos entre dezembro de 1999 — semanas antes de seu assumir seu mandato como presidente — e agosto de 2002 e os 2,5 milhões foram pagos em cinco cheques, três dos quais, de um total de US$ 1,5 milhão, foram emitidos no ano 2000 e endossados pelo próprio Portillo, após o que foram depositados em uma conta bancária em Miami.

Outros dois cheques de um total de US$ 1 milhão foram emitidos a favor de uma companhia denominada Oxxy Financial e depositados também em Miami.

De todo esse dinheiro, US$ 1,5 milhão foram depositados em contas que Portillo, sua esposa e sua filha tinham no banco espanhol BBVA em Paris e parte desse dinheiro foi posteriormente lavado em bancos da Suíça e Luxemburgo, entre outros lugares.

Por não ser cidadão americano, Portillo não será submetido a liberdade vigiada ou a multas adicionais uma vez que cumpra sua pena, mas será trasladado diretamente à Guatemala, explicaram fontes da promotoria.

Fonte: Opera Mundi