Educadores de Taboão reivindicam reajuste salarial

 A paralisação dos educadores e funcionários públicos de Taboão da Serra reuniu cerca de 200 pessoas em manifestação realizada na manhã e início de tarde desta terça-feira, dia 27. Munidos de cartazes, faixas, apitos e até nariz de palhaço, o grupo tomou as ruas centrais da cidade. Do largo de Taboão, passando pela Praça Nicola Vivilechio e Régis Bittencourt até a prefeitura, reivindicaram por reajuste salarial, defasado há 18 anos, além de condições dignas de trabalho.

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Por Karen Santiago

O grito de guerra como: “educação na rua, prefeito a culpa é sua” e várias faixas: “ADI é professora sim! Transformação para PDI já”, “Dias melhores só virão com luta”, acabaram dando o tom da manifestação. Vários educadores e funcionários usaram a palavra no carro de som. Além da pauta de reivindicações, o grupo repudiou os livres nomeados e exigiu concurso público para todos os cargos.

“Somos educadoras. Não podemos nos calar sob medo. Não se pode reunir para discutir coisas da categoria, que é motivo para dizer que estamos fazendo motim. Não temos voz nesse governo”, afirmou uma das professoras. “Pedimos no mínimo R$ 500 para o cartão alimentação. A comida está muito cara. Se por pra comprar com R$ 163, não compramos nem mistura”, frisou outro.

Um educador ressaltou que é “inadmissível ver escolas que acabaram de serem reformadas, já com goteiras”. Fabíola Delrey contou que as ADI´s não podem dar mais a parte pedagógicas para as crianças, apesar de serem formadas na área. Afirmou que as salas são super lotadas e que o salário é de R$ 835, sem vale transporte, refeição.

“Não tem ninguém para cumprir um terço. Quando não tem PAP nas escolas, nós nos revezamos para limpar, lavar. Trocamos fraldas das crianças. Se um passa mal, o outro fica sozinho. Há falta de funcionários, trabalhamos por quatro”, comentou Antônia Elcida.

“É horrível trabalhar sem registro, sem garantias, aumento salarial. O que vou fazer com meu salário de PAP – R$ 460 se tenho dois filhos”, disse uma das funcionárias. Segundo ela, o governo só fica na promessa de aumento salarial e benefícios como vale transporte, além de registro em carteira. “Não somos valorizadas. Mesmo com atestado o salário é descontado. Eles não aceitam atestados de terceiros”, contou outra educadora.

Uma comissão de 12 pessoas, mais o advogado da categoria, foi recebida pelo prefeito Fernando Fernandes. Entre as reivindicações está o reajuste salarial de 40%, vale transporte, cumprimento da data base do trabalhador em 1º de Maio.

O vereador Luiz Lune (PCdoB) considera o ato legítimo. “O dissídio não está sendo cumprido há anos. Os funcionários nem se quer estão recebendo a correção inflacionária. Apesar da culpa não ser só desse governo, é chegada a hora de haver uma reposição salarial até porque essa conquista precisa ser garantida a todos esses trabalhadores que amargam tantos anos sem a devida valorização que merecem”, afirmou.