Peça "O Azeredo e os Benevides" se apresenta no Coneg da UNE

Ambientada no começo do século 20 o doutor “de verdade” é Espiridião, um herdeiro que vai cuidar das terras da família e plantar cacau na Bahia. O camponês é Alvimar, trabalhador do campo que dedica sua vida e de sua família nas terras do patrão, na tentativa de melhorar de vida.

Em 1964 a peça feita por um dos fundadores do Centro de Cultura Popular da UNE, o famoso CPC, que representou durante anos a vanguarda da produção artística no Brasil, estava quase pronta, quando irrompeu o Golpe Militar, que em uma das suas primeiras ações incendiou a sede da entidade, na Praia do Flamengo, 132.

Através do cotidiano de exploração dos lavradores temas como a reforma agrária, a mais valia, criação de periferias, voto de cabresto vão sendo apresentado, levantando reflexões. O texto de ‘Vianinha’ evidencia a busca por uma dramaturgia que colocava em questão os problemas brasileiros, se aproximando do teatro épico de Bertolt Brecht.

Para o desafio de remontar um texto inédito com questões tão importantes, 50 anos depois do Golpe Militar, nada melhor que o diretor João das Neves, que ainda hoje se lembra bem do dia que teve que deixar o prédio da UNE ardendo em chamas. Depois de uma vida talentosa e com montagens de grande sucesso ele considera uma grande “responsabilidade dirigir uma peça como Os Azeredo e os Benevides com tanta vida e história”.

A trilha musical iniciada por Edu Lobo foi completada pelo maestro pernambucano Marcus Vinicius.

Produzida pelo Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (CPC-UMES) Os Azeredo e os Benevides fica em cartaz até o dia 9 de junho no Teatro Denoy de Oliveira (Rua Rui Barbosa, 323). As apresentações acontecem de sextas e sábados às 21 horas e no domingo às 20 horas. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15.

Fonte: UNE