Rodoviários entram em greve oficialmente em Salvador

Nesta terça-feira (27/05), o Sindicato dos Rodoviários aderiu ao movimento dissidente e decretou oficialmente a greve dos ônibus em Salvador. A entidade voltou atrás da decisão em aceitar a proposta do patronato por entender que a paralisação é desejo da maioria. Na quinta-feira (29), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 5ª Região vai julgar o dissídio coletivo da greve dos rodoviários.

Em reunião hoje (27), foi definido que a Polícia Militar fará a segurança dos motoristas de ônibus que não aderiram ao movimento para que eles possam circular nas ruas de Salvador. O encontro aconteceu no Palácio Thomé de Souza e reuniu o prefeito ACM Neto, o secretário Estadual da Segurança Pública, Maurício Barbosa, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), Horácio Brasil, e o superintendente da Transalvador, Fabrízzio Muller.

Ficou acertada uma estratégia para garantir a circulação de 70% da frota de ônibus. Entretanto, a data em que os coletivos voltarão a circular não foi definida, pois o Setps faz um levantamento dos ônibus que estão nas garagens das empresas e podem voltar a circular.

Após o encontro de ontem (26), mediado pelo TRT, a possibilidade de greve chegou a ser descartada quando o patronato ofereceu 9% de reajuste no salário e tíquete e a redução da jornada de trabalho, principal reivindicação da categoria. A proposta foi considerada positiva pelo Sindicato, mas foi recusada por parte dos trabalhadores, que paralisaram imediatamente o trabalho e estacionaram os ônibus nas ruas. Os rodoviários aceitam a redução da jornada de trabalho, mas querem um reajuste de 12%, tíquete refeição de R$ 17 e participação nos lucros e resultados.

Como não houve avanço nas negociações, o Setps ingressou com o pedido de dissídio coletivo. O dissídio não costuma ser positivo para os trabalhadores. Logo de início, a relatora do dissídio, desembargadora Débora Machado, em liminar, determinou que deverão estar nas ruas pelo menos 70% dos ônibus em horários de pico e 50% nos demais horários, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 100 mil.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro