Juros fecham o ano em 11% e PIB tende a ser menor, dizem analistas

Economistas de instituições financeiras passaram a ver que o Banco Central não voltará a elevar a Selic este ano, encerrando 2014 a 11,0%, ao mesmo tempo em que pioraram a perspectiva de crescimento da economia.

A taxa básica de juros, a Selic, deve chegar ao final de 2014 a 11% ao ano

A pesquisa Focus do BC divulgada nesta segunda-feira (2) apontou que os especialistas deixaram de ver uma nova elevação da taxa básica de juros em dezembro, após as eleições presidenciais, e agora veem novo movimento de aperto apenas no ano que vem, em janeiro, de 0,50 ponto percentual. Para 2015, eles mantiveram a perspectiva de que a Selic encerrará a 12,0%.

O movimento acontece mesmo depois de o BC ter deixado a porta aberta para voltar a subir a taxa em breve, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido a taxa básica de juros em 11% na semana passada, interrompendo o ciclo de aperto monetário iniciado há cerca de um ano.
Analistas consideraram que ao usar a expressão “neste momento” para falar sobre a decisão o BC indicou que pode voltar a elevar os juros à frente. O mercado espera agora a divulgação da ata dessa reunião, que durou mais de quatro horas, para obter mais detalhes sobre a decisão.

Por sua vez, o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, manteve a perspectiva de mais uma alta da Selic em dezembro, encerrando o ano a 11,25%.

Produção industrial

Em relação à atividade econômica, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano foi reduzida a 1,50%, de 1,63% na semana anterior. A perspectiva para a produção industrial em 2014 também sofreu forte redução, a 1,24%, ante 1,40%Os números ainda podem sofrer novos ajustes à frente, uma vez que na sexta-feira foi divulgado que o PIB brasileiro cresceu apenas 0,2% no primeiro trimestre na comparação com os últimos três meses do ano passado.

Para 2015, a estimativa para a expansão do PIB foi reduzida em 0,11 ponto percentual, a 1,85%. Já a perspectiva para o IPCA este ano, mantida em 6,47%, continua sendo de inflação pressionada e rondando o teto da meta do governo, de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou menos. E o Top 5 de médio prazo ainda vê cenário pior, com o IPCA estourando o teto da meta, a 6,60%, ante 6,58% anteriormente.

O IBGE divulga na sexta-feira (6) os dados de maio do IPCA.

Fonte: Correio do Brasil