Movimentos sociais denunciam retrocesso democrático no Paraguai

Na tarde desta quarta-feira (4), uma delegação de representante de diversos movimentos sociais e políticos do Paraguai fizeram uma entrega formal à Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) de uma carta onde denunciam o retrocesso grave da democracia no país, provocado pelo presidente Horacio Cartes, além da violação sistemática dos direitos humanos e sociais da população paraguaia.

Movimentos sociais do Paraguai - Diego Verón de Astrada / FG

Na carta recebida pelo embaixador Alfonso Quiñonez, secretário de Relações Externas da OEA, os ativistas pontuaram vários eixos que classificam como preocupantes, com relação à violação dos direitos sociais e econômicos da população paraguaia durante o atual governo do presidente Horacio Cartes.

Aumento do monopólio das propriedades de terra e crescimento das desigualdades sociais, modelo econômico agroexportador gerador de exclusão social, omissão total sobre a situação da estrutura tributária do país, que se qualifica como a mais desigual do continente, retrocesso das políticas de inversão social – também uma das mais baixas da América -, aprovação de uma Lei de Aliança Público Privada inconstitucional, e em detrimento dos interesses do povo paraguaio são alguns dos elementos citados na carta sobre a grave situação social e econômica do Paraguai.

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Entre as denúncias sobre violação dos Direitos Humanos se citam os assassinatos impunes de dirigentes campesinos, as desocupações de terra violentas e ilegais em áreas rurais, os processos judiciais irregulares e corrompidos contra agricultores paraguaios – com ênfase no caso do Massacre de Curuguaty -, a utilização das Forças Armadas para a repressão dos movimentos sociais camponeses em defesa das grandes empresas multinacionais do agronegócio, o déficit estrutural da política de segurança interna, a perseguição sistemática aos movimentos sindicais e a confiscação de equipamentos e fechamento de numerosas rádios comunitárias em violação também ao direito de liberdade de expressão.

As organizações responsáveis pela carta solicitam à OEA um pronunciamento e um chamado ao Estado paraguaio e ao governo do presidente Horacio Cartes, além da criação de instâncias especiais da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para abrir uma investigação sobre a situação do Paraguai neste caso.

Da redação do Vermelho
Mariana Serafini, com informações da Frente Guasu