Com "apoio firme" ao diálogo de paz na Colômbia, OEA conclui encontro
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou nessa quinta-feira (5), por unanimidade, uma resolução em que expressa “apoio firme” aos esforços do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e do povo colombiano para pôr fim ao conflito armado no país.
Publicado 06/06/2014 09:23
A resolução, aprovada durante a 44 ª Assembleia Geral da OEA, que terminou quinta-feira em Assunção, Paraguai, apela ao governo colombiano para que prossiga com os esforços para alcançar uma paz estável e duradoura para o bem da Colômbia e da região.
No texto, a OEA destaca que as negociações constituem oportunidade histórica para a Colômbia e todo o continente e destaca o valor da paz como principio integrante da Carta da OEA.
Após a aprovação do texto, a chanceler colombiana, María Ángela Holguín, agradeceu à OEA o apoio ao seu país nas conversações com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias Da Colômbia (Farc).
“Valorizamos muito essa resolução que nos ajuda a avançar na busca da paz (…). A paz é o maior sonho dos colombianos”, disse María Ángela Holguín.
A aprovação do texto foi saudada por vários responsáveis dos negócios estrangeiros, como o do Equador, Ricardo Patiño, que manifestou o “desejo dos países irmãos da América Latina e do Caribe”.
Conclusão do encontro
A OEA concluiu sua reunião anual de dois dias tentando obter consenso sobre os temas sensíveis que dividem a região e em busca de afirmação como foro político. A desigualdade em uma das regiões mais ricas do mundo foi o único tema de consenso no encontro que contou com a presença de 28 chanceleres e embaixadores.
O encontro foi dedicado a obter pronunciamentos objetivos sobre assuntos que pareciam dividir os membros da OEA, como a crise na Venezuela e a proposta promovida pelo Equador para reformar a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Sobre a Venezuela, José Miguel Insulza – secretário-geral da organização – lamentou o estancamento do diálogo no país, mas chamou a comunidade internacional a apoiar o processo "sem pressões ou sanções", palavras que Caracas agradeceu, enquanto Washington reafirmava que não pensa em adotar no momento as medidas restritivas contra venezuelanos promovidas pela Câmara dos Representantes.
O projeto de resolução para reformar a CIDH apresentado pelo Equador gerou polêmica, bem como a proposta do presidente Rafael Correa de retirar a sede da OEA de Washington. Segundo o mandatário, os Estados Unidos não ratificaram a Convenção Americana dos Direitos Humanos e exercem influência como país anfitrião do organismo.
Outro projeto de resolução que evidenciou as divergências regionais foi apresentado pelo Brasil, contra a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. A proposta, criticada e defendida fervorosamente, recebeu 10 acréscimos de países que, como a Guatemala, condenam a exclusão, mas não consideram discriminatório não reconhecer o matrimônio legal entre pessoas do mesmo sexo.
Multipolaridade
Consciente das críticas ao organismo, Insulza defendeu que "a OEA não pretende ser, de nenhuma maneira, a única entidade representativa do continente", assegurou, ao abrir a assembleia-geral.
Para ele, esses blocos "cumprem, em meio a um processo crescente de internacionalização, tarefas que a OEA não está destinada a cumprir. Não queremos competir, mas sim cooperar, para o bem de nossos países membros", acrescentou.
Nesse sentido, o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, afirmou em entrevista à AFP que
"é positivo que tenhamos grupos diferentes, alguns orientados à integração política, outros para fortalecer os laços comerciais, e todos podemos conviver e nos internacionalizar".
Da redação do Portal Vermelho,
Com informações da Agência Brasil e AFP