Em São Paulo, metroviários mantêm greve e propõem liberar a catraca

Os metroviários decidiram manter, por tempo indeterminado, a greve que teve início nesta quinta-feira (5). A decisão foi tomada durante assembleia realizada no início da noite, após reunião com a companhia, que terminou sem acordo. Na assembleia, os trabalhadores aprovaram também a liberação das catracas para manter o Metrô funcionando e aceitaram que o ponto do dia fosse cortado para, segundo eles, minimizar os impactos da medida.

Greve dos metroviários em São Paulo - Reprodução

A proposta de liberação de catraca, no entanto, já havia sido feita pelo Sindicato dos Metroviários na reunião intermediado pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) nesta tarde. De acordo com os trabalhadores, a proposta só seria posta em prática se houvesse aprovação do governador Geraldo Alckmin (PSDB). No entanto, o Metrô recusou e disse que não abriria mão de receita.

Outra tentativa de negociação proposta pela categoria foi a redução do reajuste salarial para 12,2%. Os representantes da companhia chegaram a avaliar a sugestão, mas rejeitaram em seguida, afirmando que os 8,7% oferecidos atingem o limite da proposta.

Para o metroviário Onofre Gonçalves, presidente da CTB São Paulo, quem não está pensando na população é o governo do estado, que mantém uma postura intransigente, ao não querer negociar com os metroviários.

“A greve não é apenas pelo reajuste salarial, como a imprensa tem divulgado. Temos uma série de reivindicações que o governo não está dando atenção: equiparação salarial, plano de carreira – principalmente para o pessoal da manutenção e segurança –, participação nos resultados igualitária, entre outras”, destacou o presidente da CTB estadual, que acompanhou a audiência do TRT.


Sem conseguir dialogar com o governo, os metroviários decidiram, em assembleia geral, continuar a greve.

Para ele, não adianta o Metrô tentar jogar a culpa nas costas da categoria, que sugeriu inclusive a liberação das catracas. “Quem não quer negociar é a empresa. Os trabalhadores estão abertos ao diálogo.”

A CTB apoia os trabalhadores

A CTB emitiu uma nota oficial em apoio aos trabalhadores do Metrô e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), onde classifica a postura do governo Geraldo Alckmin como “intransigente” ao “se negar a dialogar com os trabalhadores”.

A entidade denuncia ainda más condições de trabalho devido ao quadro reduzido de funcionários que, em consequência, precisam cumprir longas jornadas. “Já é público e notório o desrespeito do governo do PSDB com o funcionalismo público e sua política privatista que não prioriza a destinação de investimentos para serviços essenciais. Atitude que tem provocado várias greves e o desmonte do Estado”, diz a nota.

Em apoio aos operários, a entidade também critica o posicionamento da grande imprensa que vem tentando colocar a população contra os trabalhadores em greve. “É necessário que fique claro quem são os verdadeiros inimigos da sociedade, culpados pela superlotação do sistema e pelo sucateamento do transporte público: o governo Geraldo Alckmin”, esclarece a nota.

Da Redação do Vermelho, com CTB