Ocidente não pode ignorar votos do povo sírio, diz Chancelaria russa

O Chancelaria da Rússia fez um apelo, nesta quinta-feira (5), pelo respeito à opinião dos milhões de sírios que votaram nas eleições no início da semana. “Seus votos não podem ser ignorados”, disse o porta-voz Alexander Lukashevich. Nesta sexta (6), o representante da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Vitaly Churkin criticou o Ocidente, que “recorre a dupla moral para alcançar seus próprios interesses,” referindo-se à rejeição pelas eleições da Síria.

síria - AFP

”O Ocidente está mostrando práticas de moral dupla reconhecendo os resultados das eleições no Afeganistão e recusando-se a fazer o mesmo com relação às eleições presidenciais na Síria,” disse Churkin ao canal de notícias Russia24, mas evitou referir-se no mesmo tom com relação às eleições na Ucrânia após o golpe de Estado de fevereiro, uma vez que a Rússia tem se mostrado disposta a dialogar com o novo governo eleito, em prol da redução das tensões no leste europeu.

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O presidente Bashar Al-Assad foi reeleito na Síria com 88,7% dos votos de mais de 70% dos eleitores participantes no processo, que é voluntário. O porta-voz da Chancelaria russa disse, entretanto, que a resposta ocidental negativa era “decepcionante”.

As potências europeias e os Estados Unidos, assim como países vizinhos e monarquias árabes e o próprio secretário-geral da ONU manifestaram-se contra as eleições quando elas foram anunciadas, de acordo com a Constituição síria, em maio.

Delegações de vários países, compostas por parlamentares, indivíduos e representantes de organizações não governamentais participaram da observação do processo eleitoral da Síria, a convite da Assembleia Nacional do país árabe, e atestaram um ambiente de transparência, justiça e democracia.

Vários líderes mundiais já congratularam o povo sírio pela realização das eleições e saudaram a garantia do direito dos cidadãos ao voto. Exemplo foi o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elogiou a expressão do desejo do povo sírio em encontrar uma solução ao conflito que devasta o país há mais de três anos e reafirmou o apoio venezuelano à Síria em sua luta pela paz, enquanto denunciou as ações dos mercenários e terroristas no país árabe, respaldados por alguns membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

O primeiro-ministro da Síria Wael al-Halqi, citado pela agência síria de notícias Sana, nesta quinta (5), disse que as eleições carregaram a mensagem de que a legitimidade só pode ser conferida pelo próprio povo sírio e que toda a confusão e “vozes de incômodo” do Ocidente são inúteis.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da Sana