Evo Morales propõe extinção do Conselho de Segurança da ONU

Na abertura da Cúpula do G-77+China, que se realiza neste fim de semana (14 e 15) na cidade de Santa Cruz, o presidente da Bolívia, Evo Morales, defendeu a extinção do Conselho de Segurança da ONU.

Ele também propugnou um mundo melhor, sem diferenças tão acentuadas entre pobres e ricos. Durante seu discurso, Morales insistiu na importância de "fortalecer a soberania dos estados nacionais, sem intervencionismo, sem ingerência".

As instituições que emergiram depois da Segunda Guerra Mundial, como as Nações Unidas, precisam de uma profunda transformação, disse.

“Necessitamos – agregou – de instituições que promovam a paz e a coexistência pacífica. Por isso, o Conselho de Segurança tem que desaparecer”, enfatizou.

Segundo Morales "hoje em vez de Conselho de Segurança, temos um conselho de insegurança".

Ao mesmo tempo, denunciou as políticas hostis dos Estados Unidos contra povos e governos da região e reclamou o fim do bloqueio a Cuba, assim como das agressões contra a Venezuela.

O presidente boliviano exortou a pensar nos povos e a colocar a natureza no centro da vida, e o ser humano como uma criatura a mais dessa natureza.

Recordou que "hoje um punhado de potências invadem países, impõem políticas… e uma reduzida elite de países e empresas transnacionais domina autoritariamente os destinos do mundo".

Esta maneira injusta de concentrar a riqueza e a maneira depredadora de manejar a natureza se transformou em uma crise estrutural, que afeta todos os setores do capitalismo, denunciou.

"Estamos enfrentando também uma crise energética marcada pelo consumo excessivo dos países desenvolvidos e pela contaminação das fontes de energia por parte das transnacionais", assinalou.

Morales também fez referência ao crescimento sustentado da população mundial e à diminuição da produção de alimentos, "o que leva a uma crise alimentar", como consequência do modelo imperial especulador, que gerou marcadas injustiças.

A Bolívia ocupa a presidência do G-77 desde janeiro último.

Prensa Latina