África do Sul: "Legado da Copa ainda vive", afirma organizador

Já se foram quatro anos desde que a África do Sul abriu suas portas para o mundo durante a Copa do Mundo Fifa 2010. Agora, o Brasil está vivendo a mesma situação. Danny Jordaan, o responsável pelo comitê organizador da África do Sul 2010 e agora CEO da Associação de Futebol do país, em entrevista para a Fifa, falou sobre o legado deixado pela Copa do Mundo e o porquê ele pensa que o Brasil vai se beneficiar como país-sede do maior evento de futebol de todos.

Estádio da Copa do Mundo em Joanesburgo

Segundo Jordaan, a cerimônia de abertura da Copa foi um dos três grandes momentos da história da África do Sul, junto com o dia em que Nelson Mandela saiu da prisão e o dia das primeiras eleições democráticas do país. Mandela, aliás, foi figura cativa nos jogos da Copa, mesmo com a saúde debilitada.

"Queria sentir o melhor do espírito humano e fazer parte da data que desbancou o mito de que a África nunca teria a capacidade de organizar um evento tão complexo e complicado como a Copa do Mundo", disse Madiba, após o mundial em seu país.

Sobre o legado que o evento deixou no país, Daany Jordaan foi enfático em dizer que sim, ele ainda vive, e que contribuiu muito para a infraestrutura e desenvolvimento sul-africano.

"Devemos nos lembrar de que a Copa dura somente 30 dias e você não consegue construir um plano de longo prazo e determinar sucesso ou fracasso com base nesse período. Hoje a África é um lugar para negócios, comércio e investimentos, e é isso que queremos. E era exatamente isso que buscávamos com a Copa do Mundo de 2010".

"Por exemplo, na preparação para a Copa do Mundo, nós construímos novos aeroportos no país e investimos no Aeroporto Internacional de Johanesburgo. Como consequência dos programas de expansão de aeroportos, podemos ter um maior número de aterrissagens. Para se conseguir ter mais turistas em seu país, primeiro você deve ter um aeroporto com maior capacidade. Nós pudermos ver um grande resultado em crescimento. 95% dos turistas disseram que voltariam ao país; 98% disseram que recomendariam a África do Sul para amigos e família".

O presidente ainda fez questão de afastar boatos sobre criação de dívidas para a modernização do país, parte do programa para a Copa do Mundo. "Não há realidade nessas acusações [de criação de dívidas que totalizariam 3 bilhões de dólares]. Não construímos nenhuma infraestrutura para o evento baseada em empréstimos. Assim, não temos nenhum empréstimo pendente como consequência da Copa do Mundo. A África do Sul e todos os outros países obtiveram empréstimos depois de 2008 como resultado da crise econômica mundial, mas não por causa da Copa do Mundo", finaliza o presidente da Associação de Futebol da África do Sul.

Do Portal Vermelho