União Africana aborda segurança alimentar e cooperação contra guerras

A União Africana (UA) ressaltou, nesta segunda-feira (23), que as guerras e o terrorismo estão ameaçando a paz e segurança do continente, e que o progresso econômico de alguns países nos últimos anos poderá ser comprometido, caso a violência persista. Em discurso na 25ª Sessão Ordinária do Conselho Executivo, a presidenta da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma enfatizou a importância da segurança alimentar e da agricultura na superação desses desafios.

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No contexto da 23ª Cúpula da UA sobre Agricultura e Segurança Alimentar, realizada entre os dias 20 e 27 de junho em Malabo, na Guiné Equatorial, diversos líderes dos mais de 50 países membros da organização debatem a questão no âmbito da Agenda 2063, um plano para 50 anos de desenvolvimento.

"Agricultura e Segurança Alimentar, de forma correta, são prioridades críticas para a África. Se fizermos isso certo, têm o potencial – junto com o que fizermos na economia Azul – não só para nos impulsionar em nossos objetivos de erradicação da pobreza e da fome em uma geração, como também para contribuir para a industrialização através do agroprocessamento e do desenvolvimento de infraestrutura," disse a presidenta da Comissão.

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Além disso, Nkosazana pontuou que a agricultura e o agronegócio são críticos para o empoderamento do povo, especialmente das mulheres e dos jovens. Na reunião, continuou, "precisamos analisar as ações práticas necessárias para alcançar isso, inclusive na modernização e mecanização da agricultura."

A presidenta reconheceu os graves desafios ainda enfrentados pela África, mas ressalvou: “estamos avançando. Para o resto de 2014, precisamos garantir que continuamos a ter eleições pacíficas e bem sucedidas.”

Apesar da trajetória positiva, em geral, “continuamos profundamente preocupados com as situações da República Centro-Africana (RCA) e do Sudão do Sul, com a perda de vidas em massa, o tormento da violência sexual e o dano infringido às populações nesses países (…).”

“Precisamos continuar trabalhando sem descanso pelo cessar-fogo no Sudão do Sul e pelo fim da violência na RCA. Urgimos todas as partes a ajudarem na criação de condições para a paz, a reconciliação e o desenvolvimento, para que as pessoas possam enterrar e velar seus mortos, reconstruir suas vidas, semear seus campos e curar suas comunidades.”

A presidenta também disse condenar “firmemente os atos de terrorismo no Quênia e na Nigéria, assim como a morte e o sequestro de civis inocentes. A menos que trabalhemos com os governos para parar esta onda, estamos todos vulneráveis devido ao terrorismo, extremismo e intolerância que arriscam a marcha da África em direção à prosperidade, paz e integração.”

Moara Crivelente, da Redação do Vermelho,
Com informações da União Africana