John Kerry: Iraque enfrenta "ameaça existencial"

O Iraque encara uma "ameaça existencial" pela ofensiva islâmica, afirmou nesta segunda-feira (23) o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, após reunir-se em Bagdá com autoridades políticas e prometer assessoria militar para combater aos fundamentalistas sunitas.

John Kerry

Em declarações feitas na embaixada estadunidense, na fortificada Zona Verde de Bagdá, Kerry afirmou que era o "momento de decisões" dos líderes iraquianos para adotar medidas que revertam a ameaça do Estado Islâmico de Iraque e do Levante (EIIL) e outros grupos extremistas aliados.

As autoridades iraquianas pediram aos Estados Unidos apoio com bombardeios militares contra bastiões do EIIL, mas Washington não deu uma resposta clara e limitou-se a anunciar o envio de 300 assessores militares e de outros 275 soldados para reforçar a vigilância em sua embaixada.

No entanto, depois da reunião nesta capital com o premiê Nouri Al-Maliki, o visitante afirmou ter discutido meios para ajudar o governo iraquiano a neutralizar aos islâmicos sunitas, mas pediu que fosse acelerada a formação de um gabinete de unidade.

Tal como disse no domingo no Cairo, Kerry afirmou que "o Governo tem que incluir e compartilhar o poder de forma que maximize a capacidade do Iraque de focar no real perigo neste momento proveniente de uma fonte externa, que é o EIIL".

Al-Maliki apontou que o atual sofrimento de seu país não constitui apenas uma ameaça para o Iraque, mas sim para a paz regional e global, e em uma resposta diplomática às pressões da Casa Branca indicou que o processo político deve ser baseado no compromisso constitucional.

Segundo seu escritório, explicou a Kerry que a formação do governo e a eleição dos três cargos de direção do Estado (o presidente do país, o do parlamento e o premiê) será baseado no resultado das eleições legislativas ocorridas em 30 de abril.

Por outro lado, o Ministério da Defesa confirmou nesta noite que as forças de segurança recuperaram as localidades de Alwaleed e Trebil nas fronteiras com a Síria e a Jordânia, respectivamente, e operam normalmente após os confrontos com os milicianos do DAESH, nome em árabe do EIIL.

Uma fonte de segurança acrescentou que efetivos policiais apoiados por membros de tribos locais dominaram também a maior parte de Edhim, no norte de Baquba, bem como outras áreas do nordeste dessa cidade, capital da província de Diyala, sul do país, e da região de Muqdadiyah.

Como parte da contraofensiva governamental, o comitê de segurança do Conselho de Governo da cidade santa xiita de Kerbala afirmou que dois aviões de combate e brigadas terrestres apoiadas por voluntários deram cobertura ao Exército em seu ataque a uma região adjacente à el-Anbar.

Não obstante, outros relatórios afirmam que elementos do DAESH intensificaram suas ações armadas em Raiva, um distrito da província de Nínive; e em Hawija, a oeste de Kirkuk, enquanto que seguem fortificando-se em Mosul, Tikrit, no cruzamento fronteiriço de el-Qaim, Suleiman Bek e outras áreas.

Fonte: Agência Prensa Latina