“O aborto será descriminalizado esse ano”, diz Michelle Bachelet

O Chile é um dos três países americanos que proíbem o procedimento em todos os casos; Apesar de pressões da igreja, o procedimento deve ser legalizado em caso de estupro, em caso de risco de vida para a mãe e a inviabilidade do feto.

Michelle Bachelet - Página de Michelle Bachelet no Facebook

 A presidenta do Chile, Michele Bachelet, assumiu o poder pela segunda vez no país no início do ano. O cenário era de grande convulsão nas ruas após o governo de Sebastian Piñera e Bachelet foi eleita para realizar grandes mudanças estruturais no país, como a reforma educacional, a diminuição da desigualdade e a legalização do aborto no país.

Em entrevista ao jornal El País, Bachelet se diz animada com os primeiros 100 dias de seu segundo governo e que, apesar de todas as pressões contrárias, o Congresso vai aprovar a descriminalização do aborto até o final do ano.

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“Essa discussão tem transcorrido no Parlamento [durante outros mandatos]. E há uma enorme quantidade de moções parlamentares na Câmara e no Senado. Estamos na etapa de revisar todas essas moções e olhar qual vamos apoiar, como vamos apoiar, de modo que possamos avançar na descriminalização. Analisaremos o procedimento legislativo, mas até o fim do ano esse projeto vai sair”, prometeu.

Bechelet se diz confiante em conseguir fazer todas as mudanças que o país necessita neste segundo mandato, mas sabe das dificuldades que terá pela frente.

“Eu já esperava (dificuldades). Eu tinha consciência de que este Chile queria resultados já. E, portanto, que isso vai demandar muito mais de mim. O que importa, por fim, é que se fale a verdade. E se algo não vai dar, explicar de frente ao país. Em todas as pesquisas a grande maioria das pessoas apoia que haja reformas. E, no entanto, uma porcentagem importante acredita que não vamos conseguir fazê-las. Mas, se eu voltei de Nova York, foi porque decidi que se eu tinha um capital político que havia ganhado em minha gestão anterior, era para usá-lo”, explicou.

Fonte: Brasil de Fato