Religioso xiita iraquiano anuncia "resposta" a sunitas

O religioso xiita Moqtada Al-Sadr prometeu nesta quinta-feira (26) "estremecer a terra" sob os pés dos milicianos extremistas sunitas que dominam várias regiões do Iraque, enquanto os combates prosseguem com elevados saldos de morte e destruição.

Moqtada al-Sadr

Al-Sadr, cujo Exército Mehdi foi fundamental no confronto contra as tropas ocupantes estadunidenses no Iraque, afirmou que combaterá com determinação o chamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) e também contra a presença no país de assessores militares norte-americanos.

"Estremeceremos a terra sob os pés da ignorância e do extremismo", sentenciou o líder religioso xiita em uma declaração na televisão de Najaf, rival político do premiê Nouri Al-Maliki, ainda que compartilhem a mesma confissão do Islã.

Durante sua intervenção difundida pelo canal Al-Iraqiya TV, Al-Sadr tratou de rebaixar as tensões sectárias e pontuou que os "takfiristas" (fundamentalistas) do EIIL não representavam os sunitas iraquianos, de quem disse que sofreram "marginalização e exclusão".

Ao mesmo tempo, instou às potências estrangeiras "e especialmente às forças ocupantes e os países da região a tirar as mãos" desta nação mesopotâmica, em referência aos Estados Unidos e aos vizinhos árabes do Golfo Pérsico aos que Al-Maliki acusa de instigar o terrorismo.

O primeiro grupo dos 300 assessores militares enviados por Washington instalou-se em uma base próxima a Bagdá e já iniciou trabalhos de assistência ao Exército e as forças de segurança iraquianas para tentar reverter a ofensiva do DAESH, nome árabe do EIIL, e seus aliados.

Na semana passada milhares de seguidores da Al-Sadr realizaram um desfile na Cidade Sadr, no norte de Bagdá, que representou a revitalização do Exército Mehdi, em resposta ao chamado do clérigo xiita, Grande Aiatolá Ali Al-Sistani, para que voluntários se alistem a lutar contra o EIIL.

Al-Maliki, por seu lado, advertiu seus rivais contra qualquer tentativa de capitalizar a crise para apartarem-se do palco político, depois de que ontem desconsiderou pressões da Casa Branca e de outros círculos para formar um governo de salvação nacional que inclua às minorias.

Enquanto isso, as tropas governamentais reportaram novos avanços militares frente aos milicianos do DAESH, em particular o contra-ataque de ontem que permitiu manter o controle da base aérea de Balam e repeli o avanço islâmico em Haditha, na província de Al-Anbar, ao norte desta capital.

Nas primeiras horas da quinta-feira, forças de segurança indicaram que abateram pelo menos 35 extremistas sunitas e destruíram 51 armas, tanques, buldozers, veículos blindados e carros armados em bombardeios contra Al-Bujouri, nos arredores da refinaria de petróleo de Baiji.

Por outro lado, o Comando de Operações de Samarra confirmou que repeliu um ataque insurgente e matou seis milicianos no bairro setentrional de Jalam, enquanto outros 20 irregulares caíram e 10 equipes foram destruídas em Mansuriyyah, no nordeste de Baquba, capital da província de Diyala.

Fonte: Prensa Latina