Desemprego continuará crescendo na França, afirmam especialistas

A taxa de desemprego aumentará na França este ano devido à persistente fragilidade da economia e às políticas de austeridade implementadas pelo governo para equilibrar as finanças públicas, advertiram especialistas nesta sexta-feira (27).

Central de emprego na França

Bruno Decoudré, do Observatório Francês de Conjunturas Econômicas (OFCE), afirmou que o drástico aumento registrado em maio de 24.800 pessoas sem nenhum tipo de trabalho não é uma surpresa nas atuais circunstâncias.

Lembrou que para criar fontes de trabalho capazes retroceder o índice de desemprego é necessário que o Produto Interno Bruto (PIB) se eleve de maneira sustentada em 1,5 pontos e o país está longe de atingir esta meta.

O Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos revisou nesta semana suas projeções e anunciou um aumento do PIB de apenas 0,7% para o fim do ano, três décimos abaixo do previsto pelo governo.

Por sua vez, o OFCE publicará em setembro suas novas estimativas e não há razões para pensar que serão melhores, disse Decoudré.

Isto implica que o desemprego aumentará nos próximos trimestres, em lugar de se estabilizar como anunciou o ministro de Trabalho, François Rebsamen.

O economista explicou que as políticas de austeridade impostas pela União Europeia na zona do euro são uma das principais causas desta difícil situação.

"Reduzir o déficit fiscal a qualquer custo tem um impacto forte sobre a atividade econômica. O primeiro que deveria ser feito é postergar esse objetivo e abandonar a austeridade", afirmou.

Enquanto isso, o jornalista especializado em temas econômicos Dereck Perrot afirmou nesta sexta-feira que desde 1º de janeiro o país perde todos os dias 500 empregos, incluindo nos fins de semana.

"Isto significa três vezes mais que nos últimos cinco meses de 2013, quando o governo ainda prometia que a curva do desemprego ia se inverter", explicou Perrot em um artigo publicado pelo diário Les Echos.

Jean-Claude Mailly, líder do grupo Força Operária, disse, por sua vez, que sem crescimento do PIB o aumento do desemprego não surpreende ninguém e exigiu que o executivo mude sua política econômica e social.

Em um comunicado, a Confederação Geral do Trabalho afirma que a situação do desemprego constitui uma verdadeira urgência social, sem solução alguma enquanto se mantenha o mesmo rumo.

Fonte: Prensa Latina