Protesto cobra julgamento dos assassinos de Colombiano e Catarina
Os quatro anos do assassinato do casal Paulo Colombiano e Catarina Galindo, que aconteceu em junho de 2010, foram lembrados nesta segunda-feira (30/6), em um ato realizado em frente ao Fórum Ruy Barbosa, em Salvador. Organizada pelo PCdoB, em parceria com a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), amigos e familiares, a iniciativa pediu celeridade no julgamento dos acusados do crime, que ainda aguardam em liberdade.
Publicado 30/06/2014 21:39 | Editado 04/03/2020 16:15
Manifestaçao CG e PC 4 Anos FI1Catarina e Colombiano eram dirigentes do PCdoB e ele também ocupava o cargo de tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários. Segundo as investigações, as mortes têm a ver com o trabalho de Colombiano no sindicato porque foram planejadas depois que ele descobriu uma fraude em um contrato da entidade com a empresa do ramo de plano de saúde chamada MasterMed.
A MasterMed é de propriedade do oficial aposentado da Polícia Militar Claudomiro César Ferreira Santana e do irmão, o médico Cássio Antonio Ferreira Santana. Os dois foram indicados pela polícia como mandantes do crime. A execução teria sido feita por funcionários dos irmãos, identificados como Daílton Ferreira de Jesus, Edilson Duarte Araújo e Wagner Luiz Lopes de Souza.
Essa é a terceira manifestação realizada em frente ao Fórum Ruy Barbosa pela prisão imediata dos assassinos do casal, de uma série de atividades que já aconteceram em diferentes pontos da cidade. “Os mandantes do crime talvez não tivessem noção de que haveria uma mobilização da sociedade, de que íamos ocupar as praças e ruas em resistência”, discursou Geraldo Galindo, dirigente do PCdoB e irmão de Catariana, durante o protesto.
Galindo explicou que o objetivo não é pedir à Justiça preferência para o processo das mortes da irmã e do cunhado e que opedido que a família faz é de que os trâmites judiciais não sejam tão longos. “Reconhecemos o direito que os acusados têm de defesa, mas é impossível esperar tanto tempo. Já são quatro anos!”, desabafou. A expectativa do dirigente comunista é de que o julgamento, previsto para o primeiro semestre, aconteça até o fim do ano.
No ato, estiveram dirigentes sindicais e do movimento social, parlamentares, além dos amigos e familiares das vítimas. Um dos presentes foi o ex-deputado federal e também dirigente comunista Haroldo Lima, que falou da preocupação de que a demora para realizar o julgamento se configure uma chicana, que significa realizar manobras protelatórias a fim de prolongar o processo.
“Nós estamos aqui em frente ao Fórum Ruy Barbosa e foi o próprio Ruy quem disse que justiça que tarda não é justiça, mas injustiça flagrante”, disse Haroldo Lima. O mesmo foi defendido pela presidenta do PCdoB-Salvador, Olívia Santana, ao lembrar que o inquérito policial já está concluído e que só se espera que a Justiça faça a parte dela, ao levar ao júri os acusados.
Para Olívia, a demora está claramente ligada à condição social dos empresários mandantes. “A fortuna não pode blindá-los da Justiça. O Poder Judiciário precisa sair das mãos dos escritórios de advocacia e fazer a sua função. Com essa impunidade, a família é quem está presa no sofrimento”.
Homenagens
O encontro também serviu para prestar homenagens ao casal. O presidente estadual da CTB, Aurino Pedreira, destacou o espírito combativo de Paulo Colombiano e falou do empenho dele para levar ética ao Sindicato dos Rodoviários – empenho esse que resultou no assassinato, motivado pelo pedido de revisar os contratos com a MasterMed. Pedreira também reconheceu a importância da participação de Colombiano no fortalecimento da Central na Bahia.
De Catarina, foram ressaltados o comprometimento e a fidelidade ao PCdoB, e a maneira doce com que tratava a todos.
Rodoviários
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, também participou do protesto e defendeu a necessidade de continuar as manifestações, como forma de pressionar a Justiça para o julgamento imediato. Sobre a relação da entidade com a MasterMed, Ferreira afirmou que, após os assassinatos, o contrato com a empresa foi desfeito.
De salvador,
Erikson Walla