Países da América Latina são solidários à Argentina contra especulação

A América Latina e o Caribe manifestaram nesta segunda-feira (30) apoio à Argentina diante dos ataques dos chamados fundos abutres e advertiram para as consequências nocivas que esses capitais especulativos acarretam para a região.

Durante uma reunião extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, os países da região apoiaram a solicitação de Buenos Aires de convocar para a próxima quinta-feira (3) um encontro de chanceleres para discutir o tema.

Nesse encontro, os ministros argentinos das Relações Exteriores, Héctor Timerman, e da Economia, Axel Kicillof, defenderão a tese de Buenos Aires.

“Nosso mais absoluto apoio e solidariedade com a Argentina; o problema dos fundos abutres implica todos nós, é um atentado contra a segurança jurídica e contra os direitos humanos”, sublinhou o embaixador uruguaio, Milton Romani.

Seu colega do Equador, Marco Albuja, denunciou que a sentença da Suprema Corte dos Estados Unidos em favor desses fundos põe em risco o sistema financeiro internacional e em especial a Argentina.

O equatoriano considerou muito grave o precedente dessa sentença judicial e recordou os ataques especulativos desses fundos contra as nações mais pobres da África nos últimos anos.

“Todo país tem o direito de reestruturar suas dívidas, desconhecer esse poder é pôr em risco a economia do país, no caso a Argentina, isso é grave e perigoso para a região”, afirmou o representante da Nicarágua, Denis Moncada.

Os embaixadores de Colômbia, Chile, Santa Lúcia, México, Guiana e Venezuela, entre outros, também se solidarizaram com a nação sul-americana.

Por sua parte, o secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, não levou em consideração a sugestão do representante do Panamá de adiar a reunião de chanceleres, ao assinalar a premência e a importância do tema.

Em janeiro de 2012, o juiz nova-iorquino Thomas Griesa determinou que o país sul-americano pague cerca de US$ 1,3 bilhão aos fundos abutres, que se negaram a entrar na renegociação da dívida aceita por 92,4% dos credores.

Essa decisão foi ratificada este mês pela Suprema Corte dos Estados Unidos, o que provocou duras críticas de Buenos Aires e de numerosos países da região.

Desde então, a Argentina lançou uma campanha para denunciar a sentença e os ataques dos fundos abutres, iniciativa respaldada pela América Latina.

Prensa Latina