Índia exige esclarecimento aos EUA sobre espionagem

A Índia pediu nesta quarta-feira (2) ao governo dos Estados Unidos esclarecer se autorizou a sua Agência de Segurança Nacional (NSA) espionar pessoas e instituições nacionais, incluído o agora situacionista Bharatiya Janata Party (BJP).

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O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Syed Akbaruddin, confirmou que foi convocado um alto servidor público da embaixada norte-americana para lhe pedir explicações sobre o assunto, revelado pelo Washington Post a partir de documentos filtrados pelo ex-terceirizado da NSA Edward Snowden.

O relato assegura que o nacionalista BJP, vencedor das eleições gerais de maio, foi um de seis partidos políticos estrangeiros objeto de espionagem.

Akbaruddin disse que de se for confirmado, esse seria um fato "altamente abjeto", e que na mensagem ao governo estadunidense lhe tinha expressado "com clareza e lucidez" que a Índia estava à espera de uma resposta.

O porta-voz reservou-se o nome do diplomata norte-americano citado à chancelaria. Kathleen Stephens está à frente da legação, com caráter interno, está desde a recente renúncia de Nancy Powell como embaixadora.

O encontro coincide com o início de uma visita aqui do senador John McCain, primeiro de uma relação de políticos estadunidenses desejosos de estabelecer uma boa relação com a administração do novo premiê indiano, o nacionalista Narendra Modi.

Os antecedentes não são os melhores, pois quase até o triunfo mesmo do líder do BJP nas eleições de maio, o Departamento de Estado lhe manteve o visto cancelado devido a seu eventual envolvimento em uma matança de muçulmanos em 2002 no estado de Gujarat, do qual era chefe de governo.

Modi, por outra parte, não terá esquecido que, segundo as revelações de Snowden, a Índia é o quinto mais importante objetivo de Informantes sem Limites, uma ferramenta empregada pela NSA para extrair dados da Internet.

Só em março de 2013 a NSA descarregou da rede de redes 97 bilhões de "peças de informação" com fins de inteligência, dos quais 6,3 bilhões corresponderam à nação sul-asiática, à que Washington qualifica como um de seus principais aliados globais.

Fonte: Prensa Latina