Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo acontece em julho
Agendada para o período de 24 a 30 de julho, a nona edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo promove homenagens, acompanhadas de retrospectivas de filmes, ao cineasta e produtor Pablo Trapero, à atriz e produtora Martina Gusmán– ambos argentinos e de carreiras premiadas internacionalmente –, ao cineasta Silvio Tendler, diretor dos documentários de maior bilheteria do cinema brasileiro, e à atriz e produtora Leandra Leal. Todos os homenageados têm presença confirmada no evento.
Publicado 07/07/2014 15:52
O festival coloca em foco os destaques da produção mais recente feita na região, incluindo vários títulos inéditos no Brasil, além de organizar encontros e debates. No total, são mais de 100 filmes, representando 15 países da América Latina e do Caribe. A programação é inteiramente gratuita e acontece no Memorial da América Latina, Cinesesc, Cine Olido, Centro Cultural São Paulo e Cinemateca Brasileira.
Homenagem a Pablo Trapero e Martina Gusmán
O diretor, produtor, roteirista e montador Pablo Trapero é um dos nomes centrais da chamada nova onda argentina que encantou o circuito internacional de cinema a partir da segunda metade dos anos 1990. No entanto, segundo suas próprias palavras, ele não acredita “em regras para fazer cinema sob aspecto nenhum, nem nas da nouvelle vague, nem nas do neo-realismo italiano, nem nas do Dogma, nem nas de Hollywood. Cada filme tem suas próprias regras".
Um dos autores mais sólidos e originais do atual cinema latino-americano, responsável por um cinema narrativo de qualidade – assim a crítica especializada se refere à sua obra como diretor, que inclui títulos como “O Outro Lado da Lei” (2002), “Família Rodante”(2004, coproduzido com o Brasil), “Leonera” (2008), “Abutres” (2010) e “Elefante Branco” (2012), todos incluídos na programação. Em 2014 Trapero ocupou a presidência do júri da mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes.
Pablo Trapero e Martina Gusmán
O prestígio internacional do diretor está refletido na circulação prestigiosa de suas obras. “O Outro Lado da Lei” foi vencedor do prêmio da crítica internacional no Festival de Chicago e da crítica ibero-americana no Festival de Guadalajara. “Família Rodante” foi selecionado para os festivais de Toronto e Nova York.
Em 2008, “Leonera”, exibido em competição no Festival de Cannes, revelou ao mundo o talento excepcional da sua intérprete principal, Martina Gusmán. Seu trabalho no filme impressionou por suas transformações físicas ao longo da narrativa e o desenvolvimento que imprimiu à sua personagem, transformando-a na revelação do cinema latino-americano daquele ano.
Martina é igualmente homenageada este ano no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Desde 2000 casada com Trapero e sua sócia na Matanza Cine, uma empresa independente que produz jovens autores argentinos, como Raúl Perrone (“La Mecha”, 2003), Albertina Carri (“Geminis”, 2005, e “A Raiva”, 2008) e Guillermo Pfening (“Caíto”, 2012). Em 2011 integrou o júri da competição oficial do Festival de Cannes, ao lado de nomes como Robert De Niro, Jude Law, Uma Thurman e Olivier Assayas.
Ela é protagonista de “Abutres” e “Elefante Branco”, além de estar na produção de “O Outro Lado da Lei” e “Família Rodante”,
Homenagem a Silvio Tendler
Conhecido como "o cineasta dos vencidos" por abordar em seus filmes personalidades como os ex-presidentes João Goulart e Juscelino Kubitschek, Silvio Tendler já realizou mais de 30 filmes. Seus filmes são resgates da memória brasileira e refletem sobre os rumos do Brasil, da América Latina e do mundo em desenvolvimento. É membro fundador da Fundação do Novo Cinema Latino-Americano e do Comitê de Cineastas da América Latina. Responde por algumas das maiores bilheterias do cinema documental brasileiro, como “Os Anos JK – Uma Trajetória Política” (1980) e “Jango” (1984) – o primeiro, visto por 800 mil espectadores, o último, por mais de um milhão de pessoas. Os dois longas-metragens estão programados na homenagem, assim como produções mais recentes: “Marighella – Retrato Falado do Guerrilheiro” (2001) “Glauber o Filme, Labirinto do Brasil” (2003, exibido no Festival de Cannes), “Utopia e Barbárie” (2005) “Encontro com Milton Santos: O Mundo Global Visto do Lado de Cá” (2006, prêmio do público no Festival de Brasília), “Há Muitas Noites na Noite – Poema Sujo Ferreira Gullar” (2010) e “O Veneno Está na Mesa” (2011).
Homenagem a Leandra Leal
Neta do produtor cultural Américo Leal e filha da atriz Ângela Leal, a carioca Leandra Leal iniciou sua carreira como atriz no teatro aos sete anos de idade e na televisão um ano mais tarde. Foi revelada no cinema aos 13 anos por Walter Lima Jr. em “A Ostra e O Vento”(1997), longa pelo qual foi premiada nacional e internacionalmente e incluído na homenagem preparada pelo 9° Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.
Também estão presentes dois importantes marcos de sua carreira cinematográfica: “Nome Próprio” (2007), que o diretor Murilo Salles adaptou do livro “Máquina de Pinball, de Clara Averbuck e pelo qual a atriz foi premiada no Festival de Gramado, e “O Lobo Atrás da Porta” (2013), de Fernando Coimbra, filme vencedor do Festival do Rio e premiado nos Estados Unidos, Cuba e Espanha. Recentemente Leandra Leal passou a atuar na produção de filmes, tendo realizado com jovens diretores títulos de rápida filmagem e contando com mesma equipe e elenco (com a própria Leandra e Mariana Ximenes). Estão na programação dois deles: “O Uívo da Gaita” (2013), de Bruno Safadi, e “O Rio Nos Pertence!” (2013), de Ricardo Pretti.
Fonte: Assessoria