Missão Milagre: Redução da cegueira impulsionada por Fidel faz 10 anos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reporta 45 milhões de pessoas com falta de visão e 135 milhões de deficientes visuais; dos quais 90% vivem nos países mais pobres. A metade dos cegos do mundo tem cataratas. O resto sofre de glaucoma, retinite pigmentosa, tracoma, assim como de diferentes estados de cegueira infantil. Outras afecções de grande impacto social são a falta de vitamina A, ptose palpebral, pterígio e estrabismo, com alta frequência na população, tanto infantil como adulta.
Publicado 10/07/2014 11:19

A OMS diz que 80% das deficiências visuais podem ser evitadas ou curadas, e para isso são necessários recursos e a realização de programas específicos. Mas a boa qualidade na atenção aos olhos nem sempre está disponível, pois apenas 50% da humanidade tem acesso aos serviços oftalmológicos, devido às barreiras geográficas e aos elevados custos cirúrgicos.
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No entanto, os especialistas advertem que se estes problemas forem atendidos com urgência, em 2020 a incidência da cegueira no mundo pode ser dobrada. Neste contexto, destaca-se a Operação Milagre, um programa de saúde que tem beneficiado aproximadamente três milhões de pessoas da América Latina, do Caribe, da Ásia e da África, e devolveu a esperança a outros tantos seres humanos dos mais remotos cantos do planeta.
Atualmente, está presente em 13 países, com 55 centros cirúrgicos, explicou o doutor Reinaldo Ríos, diretor médico do Instituto de Oftalmologia cubano. “Este projeto permitiu reduzir a cegueira preventiva no Caribe, Centro e América do Sul, ainda que são os cubanos e o desenvolvimento da especialidade na ilha, os mais favorecidos”, disse.
Desde que a Missão Milagre começou, há 10 anos, aumentaram as operações em Cuba (só em 2013 foram realizadas mais de 35 mil cirurgias de cataratas, em relação a cerca de 13 mil em 2004).
O aperfeiçoamento dos recursos humanos – profissionais médicos, enfermeiras e técnicos -, o uso de tecnologia avançada e a ampliação dos serviços a todo o país, foram possíveis a partir da Missão, disse o especialista, que é também chefe do grupo da especialidade em Cuba.
Consultas de oftalmologia geral e pediátrica, neuro-oftalmologia, baixa visão e retina, entre outras, estão disponíveis em todas as províncias, com uma equipe altamente capacitada, acrescentou.
Recordou também que, há uma década, em Cuba existiam cerca de 700 oftalmologistas e hoje conta-se com mais de mil 800 especialistas.
Formaram-se profissionais não só para as necessidades do país, senão que também para a colaboração internacional, ao mesmo tempo em que se aperfeiçoam graduados na Escola Latino-Americana de Medicina, disse.
No início, as cirurgias só aconteciam na ilha, mas dado o alto número de pessoas que precisavam de atendimento, foram instaladas unidades com o mesmo fim em outros Estados, sempre sob a assessoria cubana.
O projeto, impulsionado pelo líder da Revolução, Fidel Castro, é apoiado pela República Bolivariana da Venezuela, um dos países mais favorecidos, e está destinado a tratar cirurgicamente as pessoas de poucos recursos, que sofrem de cegueira ou deficiência visual corrigível. Começou em 10 de julho de 2004 no Centro de Microcirugia Ocular, anexo ao Instituto ao oeste da capital cubana, onde foram operados os primeiros pacientes.
Para isso o hospital conta com especialistas de alto nível científico e com a mais moderna tecnologia.
Equipamentos de alta tecnologia como Lasik, Lasek e PTK, lentes intraoculares multifocais, ultrassom, microscópio especular, topógrafos corneais, contribuem na correção de imperfeições oculares e no restabelecimento da saúde visual dos afetados.
Fonte: Prensa Latina