Processo de paz colombiano aborda questão das vítimas

As vozes das vítimas do conflito armado na Colômbia têm sido escutadas com força no segundo fórum regional organizado a pedido do governo e da guerrilha das Farc, e que termina nesta sexta-feira (11) na cidade de Barrancabermeja.

Na reunião foram contadas histórias ocorridas neste mais de meio século de confrontos, e sobretudo expressou-se o desejo de conseguir uma paz com justiça social e um país reconciliado. Estra é a tônica dos debates nos quais participam cerca de 450 delegados de sete regiões. Barrancabermeja é uma das cidades mais atingidas pelo conflito armado.

A violência sexual contra as mulheres, a necessidade de criar comissões da verdade, e as garantias da não repetição desses crimes são os temas mais abordados no encontro, que teve sua primeira fase na semana passada em Villavicencio, Meta.

Como expressou na quinta-feira (10) o representante da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), Stephane Jaquemet, na jornada de abertura, todos os afetados pelo conflito são iguais e devem ser tratados como tal.

O desafio mais importante, disse, é combinar diversidade e igualdade.

Neste segundo fórum participam representantes de Antioquia, norte de Santander, Santander, Arauca, Boyacá, Bolívar e Cesar e convidados de Magdalena Medio, que elaboram suas propostas para contribuir, a partir das experiências vividas com este que é o quarto dos cinco temas da agenda de paz nos diálogos entre o governo e as Farc.

As vítimas nestas regiões falam, propõem e coincidem na necessidade de ser reconhecidas e reparadas.

Espera-se um resultado final sobre as propostas formuladas nas 10 mesas paralelas instaladas, que contam com representantes das Nações Unidas na Colômbia e do Centro de Pensamento e Monitoramento do Processo de Paz da Universidade Nacional, encarregados de entregá-lo às partes em diálogo.

Na opinião do coordenador residente e humanitário da ONU na Colômbia, Fabrizio Hochschild, esta é a oportunidade de contribuir com a paz, através de propostas concretas que exponham os fatos das vítimas, sem esquecer o direito à justiça.

Desde que as conversações de paz começaram em novembro de 2012 em Havana, Cuba, país fiador conjuntamente com a Noruega, as vozes das vítimas estiveram presentes em diversos fóruns e encontros realizados no país.

O próximo encontro será realizado em 17 e 18 de julho em Barranquilla, Atlântico, enquanto o encontro nacional, em 5 e 6 de agosto, terá como sede à cidade de Cali (Vale do Cauca), ao sul, com a presença de mais de 1.200 delegados.

Prensa Latina