Urariano Mota: As lições da derrota

Em sua coluna “Prosa, Poesia e Política”, Urariano Mota, jornalista e escritor pernambucano, fala sobre a eliminação do Brasil na Copa. “No silêncio das ruas, na quarta-feira (9), não se ouvia nem um carro acelerado. Só os celerados de sempre, a reação mais à direita, acompanhada pela esquerda que todo fascista deseja ter, que comemorava a derrota da Seleção brasileira como se fosse uma derrota da presidenta Dilma. A estupidez é infinita, amigos”, falou.

Por Ramon de Castro, para a Rádio Vermelho

felipão derrotado - Reprodução

Para Urariano, a parte boa da derrota é aprender com ela. “Reflitam: quantos fracassos tivemos antes do acerto? Quantos alquimistas foram necessários para que um dia houvesse a Química? Quantos homens de pensamento foram queimados, torturados, na fogueira da Inquisição, antes que se tornasse universal que a terra é apenas um insignificante planeta entre as galáxias e estrelas? Quantas vezes Thomas Edison fracassou antes da invenção da lâmpada? Quantos cadáveres, ruínas houve da Teoria das Espécies e da Teoria da Relatividade? Quanta inumanidade, quanta exploração, inconsciência houve antes que se escrevesse O Capital?”, questionou.

Segundo o escritor, a entrevista de treinador da seleção brasileira de futebol, depois da humilhante derrota, pode assim ser resumida: “Foi uma derrota sem erros, mas Felipão faria melhor se dissesse que perdemos porque o adversário ganhou. Não explicava, é claro, mas em lugar da burrice e arrogância, teríamos pelo menos uma frase irônica, que é sempre um brinde à inteligência”, contou.

“E nós, quem sabe se na próxima Copa, ou em outra, voltaremos a vencer, depois desse amargo aprendizado. Mas não agora. Por enquanto, é só uma imensa quarta-feira de cinzas”, concluiu Urariano.

Ouça a coluna na íntegra na Rádio Vermelho: