Polícia reprime com bombas protesto dos trabalhadores do Eisa

A manifestação pacífica dos trabalhadores do Eisa terminou com bombas lançadas pelo Batalhão de Choque. Centenas de metalúrgicos caminhavam pela Estrada do Galeão para denunciar o atraso no pagamento de salário, ticket refeição e 1/3 de férias.

O diretor do Sindicato, Maurício Ramos, disse que “nós somos todos trabalhadores, sem trabalho, tem gente com fome aqui. É um absurdo que a polícia aja assim nos dias de hoje”. Para o ex-deputado Edmilson Valentim “aqui no Rio de Janeiro, o direito constitucional que garante a livre manifestação não é respeitado e trabalhador que vai às ruas por seus direitos, recebe tiro, porrada e bomba”.

Cerca de 3 mil funcionários do Eisa estão de férias coletivas. A volta estava prevista para esta segunda-feira (14). Porém, o estaleiro adiou o retorno ao trabalho para o dia 28 deste mês, gerando grandes incertezas entre os trabalhadores, que continuam sem receber seus salários.

Inicialmente, na porta da empresa, o Sindicato realizou uma assembleia após a reunião com a direção do estaleiro. O Eisa alega falta de recursos para fazer a empresa funcionar. Segundo a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), “eles falaram da dificuldade de pagamento dos armadores, dos problemas de gestão do estaleiro e da falta de recursos para o pagamento dos trabalhadores. O que vejo de pior nessa situação é que o Governo do Estado não saiba nada sobre essa crise. Como o governo não tem informação sobre o principal setor industrial do estado?”.

O Sindicato está buscando uma saída para o problema destes trabalhadores e luta para garantir o pagamento do salário e todos os direitos dos funcionários.

Nesta quarta-feira (16), Sindicato e os trabalhadores do Eisa farão uma grande manifestação no centro do Rio. Eles vão se concentrar a partir das 14h, na Candelária, de onde sairão em caminhada até o Ministério do Trabalho para cobrar um posicionamento da justiça.