Cidadão cearense: Ariano Suassuna morre aos 87 anos

Morreu nesta quarta-feira (23/07), o escritor, dramaturgo e poeta Ariano Suassuna faleceu, aos 87 anos de idade. Internado desde a última segunda-feira (21), em Recife, ele foi vítima de complicações de um acidente vascular cerebral hemorrágico.

Ariano sofria com problemas de saúde desde agosto de 2013 quando, naquela época também havia sofrido um infarto. Dias depois de receber alta, voltou a ser internado para tratar de um aneurisma cerebral.

Cidadão cearense

A concessão do título de cidadão cearense a Ariano Suassuna foi determinada pela lei estadual nº 13.759, publicada no Diário Oficial do Ceará em 26 de abril de 2006. A lei é originária de projeto de autoria do então deputado estadual, hoje federal, Chico Lopes (PCdoB).

Chico Lopes, na ocasião, ganhou cumprimentos especiais de Ariano, que ao abraçá-lo disse: “Você é o meu benfeitor”. Mais tarde, ao final de seu discurso, Ariano Suassuna voltou a se referir a Lopes, enfatizando a opção do parlamentar por usar o nome Chico, em vez de Francisco. “Agradeço esse título de cidadão cearense ao povo do Ceará, aos seus representantes e especialmente ao nosso Chico Lopes, que me tornou o mais recente dos cearenses”, disse, lembrando o personagem Chicó, de “O Auto da Compadecida”. “É o personagem com o qual eu mais me identifico. E, de Chico pra Chicó, a diferença é um acento”, brincou.

“Desde as nossas serras, o chapadão da Serra Grande da Ibiapaba, da encantada Chapada do Araripe até a pancada do verde mar bravio de Iracema, o Ceará é um imenso sertão. E o povo cearense a partir de hoje fica mais rico, ganha imensamente com a chegada de um novo filho, um novo cearense. Um recém-nascido que já chega octagenário, esse que é mistura de homem e onça, cidadão do mundo, criatura universal, que agora é nosso conterrâneo. Ariano Suassuna agora é cearense”, ressaltou, por sua vez, Chico Lopes, em breve discurso a respeito do homenageado na época.

O intelectual deixa 15 livros (entre romances e poesias), 18 peças de teatro e um legado de aulas-espetáculo com as quais percorreu o Brasil, aproximando-se do público, entabulando conversas com todos.

De Fortaleza,
Carolina Campos
(com informações da assessoria do deputado federal Chico Lopes – PCdoB-CE)