Reintegração de posse remove mais de 400 famílias de terreno em SP

Uma ação violenta da Polícia Militar de São Paulo removeu cerca de 400 famílias militantes do MTST de uma ocupação por moradia na manhã desta segunda-feira (28), no bairro Morumbi, na capital paulista. Havia um acordo com o governador Geraldo Alckmin de que o movimento sairia do terreno na quarta-feira (30), mas nem mesmo o frio de 10º impediu que o mandado fosse emitido com dois dias de antecedência para pegar as famílias de surpresa.

Desocução MTST - MTST

Após manifestações e ocupações o MTST negociou com a prefeitura de São Paulo a concessão de seis áreas para a construção de moradias populares. O cadastro das famílias começaria a ser feito nesta segunda-feira pela administração municipal, porém, com o descumprimento do acordo por parte do governador, o processo não pôde ser colocado em prática.

O terreno que pertence à construtora Even foi ocupado há mais de 15 dias pelas famílias e com o acordo firmado na quarta-feira (17) com o governador, elas poderiam permanecer no local nos próximos 15 dias. Segundo os manifestantes, a ordem expressa para a PM invadir a ocupação foi assinada pelo próprio Alckmin.

“Lamentavelmente, até então não houve nenhum despacho por parte da justiça e o Governo Alckmin, sempre solícito aos interesses das construtoras, determinou que a PM concretizasse um despejo. Um governador que não cumpre acordo com os movimentos sociais, também não cumpre promessa de campanha”, publicou o MTST em sua página oficial no Facebook.

Um ato político foi realizado neste domingo (28), na ocupação que se chamava Portal do Povo e contou com a participação de autoridades políticas, entre elas o senador Eduardo Suplicy. Até então os moradores estavam confiantes que permaneceriam no terreno por mais três dias, até a prefeitura concluir o cadastramento das famílias para a o projeto de moradias populares.

Mariana Serafini, da redação do Vermelho, com MTST