Comissária da ONU condena envio de armas dos EUA a Israel

Em linha com a decisão de apoiar Israel em mais uma ofensiva contra Gaza, os Estados Unidos enviaram equipamentos bélicos ao país para completar a assistência militar bilionária que prestam anualmente ao governo criminoso israelense. Nesta quinta-feira (31), porém, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos Navi Pillay lembrou, em coletiva de imprensa, a responsabilidade dos EUA, enquanto aliado incondicional de Israel, para deter o massacre dos palestinos.

Faixa de Gaza - AP Photo

Segundo o jornal estadunidense Stars and Stripes, de tendência militarista, morteiros de 120 milímetros, granadas e outros armamentos foram enviados na semana passada pelo Departamento de Defesa dos EUA para Israel, o segundo país que mais investe no setor militar do mundo (7% do seu Produto Interno Bruto, atrás apenas da Arábia Saudita).

A notícia desta quinta-feira (31) cita um oficial do Pentágono que pediu anonimato para indicar que muitos dos armamentos estavam próximos de sua data de validade e “precisavam ser renovados”. Os equipamentos teriam sido despachados de um armazém que Israel e EUA mantêm em conjunto na região desde a década de 1990 para tempos de “emergência”, mas o porta-voz do Pentágono John Kirby disse que a sua entrega não dependera do aval da Casa Branca.

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“Os Estados Unidos estão comprometidos com a segurança de Israel e é vital para os interesses nacionais estadunidenses ajudar este país a desenvolver e manter fortes as suas capacidades militares,” assinalou o contra-almirante. O primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu disse no início desta semana que a ofensiva contra a Faixa de Gaza ainda será longa, enquanto o número total de mortos, majoritariamente civis e centenas de crianças, é de 1.395 pessoas, de acordo com agências palestinas de notícias.

No sentido contrário, a comissária da ONU Navi Pillay rechaçou o apoio militar estadunidense a Israel durante uma coletiva de imprensa também nesta quinta, condenando a continuidade da ofensiva. Navi ressaltou a influência dos EUA sobre o governo israelense e a responsabilidade de deter o massacre dos palestinos, ao invés de prover à ofensiva a artilharia pesada utilizada em terreno e nos bombardeios aéreos.

Além disso, a comissária considerou que os Estados Unidos devem se empenhar por levantar o bloqueio israelense imposto a Gaza há oito anos e pelo fim da ocupação disseminada dos territórios palestinos, sobretudo através da construção de colônias ilegais na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

“Nenhuma dessas agressões é acidental,” disse Navi. Mais parecem um desafio deliberado ao direito internacional.” Na semana passada, a comissária já havia instado à investigação das denúncias de crimes de guerra perpetrados durante a atual ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza, apelo acatado logo em seguida, durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, sessão em que os EUA foram a única representação, entre os 47 membros, a votar negativamente, enquanto os europeus se abstiveram.

Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho,
Com informações da ONU e de agências de notícias