Opas alerta para impacto da febre aftosa na população das Américas

O diretor do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa), Ottorino Cosivi, visitou o Paraguai por ocasião da Expo 2014. Durante uma entrevista a representação da Opas no Paraguai, ele realçou o impacto sócio-econômico que enfermidades como a febre aftosa podem gerar na população.

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O Panaftosa – centro especializado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) – luta contra a febre aftosa, uma enfermidade animal mas cujo impacto socioeconômico nas Américas é muito forte.

“Por isso, quando se estabeleceu o centro, os países das Américas solicitaram à Opas que coordenasse e liderasse este programa”, explicou Cosivi.

Existe toda uma cadeia de afetados por trás da febre aftosa – e o impacto socioeconômico para a população é grande “porque quando se contrai febre aftosa, se gera uma perda tremenda ao comércio internacional e se compromete o desenvolvimento rural”, disse Cosivi.

“O Paraguai possui relações comerciais com muitos países da região e de outros continentes, e a febre aftosa afeta toda uma cadeia de beneficiados, como os pequenos e grandes produtores agropecuários, os transportadores, os veterinários, os trabalhadores dos frigoríficos e dos campos”, acrescentou.

Cosivi lembrou o caso de Uruguai, onde no ano 2001 ocorreu um foco de febre aftosa. “No Uruguai realizaram uma análise sobre os custos econômicos que provocou o foco. O estudo precisou que cerca de 40 itens do sistema do país sofreram impactos negativos.”

“Trabalhamos na interface entre os problemas de saúde pública, saúde animal e agricultura”, disse ele. O Panaftosa também abordam assuntos que “tocam a saúde das pessoas de maneira muito mais direta”, como a presença da raiva, as leishmanioses, a gripe aviária e a inocuidade dos alimentos.

“Nos interessamos pela contribuição da ciência e o conhecimento veterinário à prevenção das enfermidades a favor da saúde pública e a promoção do bem-estar das pessoas”, disse o diretor do Panaftosa.

“O último foco de febre aftosa do hemisfério foi declarado no Paraguai, em janeiro de 2012. Atualmente temos uma situação privilegiada, já que alcançamos 30 meses sem mais surtos desta enfermidade”, informou Cosivi.

Fonte: ONU