OMS declara emergência internacional por conta do Ebola

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta sexta-feira (8), em Genebra, na Suíça, que a propagação atual do vírus Ebola nos países do oeste da África já constitui um caso de saúde pública de emergência, que merece a atenção da comunidade internacional.

Ebola - AFP

De acordo com uma declaração divulgada pelo órgão, o vírus poderá afetar gravemente mais países e regiões do mundo. "Por isso, é muito importante que a comunidade internacional reforce a cooperação e as coordenações para evitar a transmissão da epidemia. O surto da doença é uma emergência de saúde pública internacional, que exige uma resposta extraordinária para ser contido”.

A secretária-geral da entidade, Margaret Chan, apelou para que os países afetados pelo Ebola iniciem urgentemente os mecanismos de emergência e que fortaleçam a detecção de possíveis contaminações nos passageiros que desembarcam em aeroportos, portos e em outros pontos de tráfego.

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Desde março deste ano, quando apareceram os primeiros casos do atual surto da doença, 932 pessoas já morreram, segundo a OMS. O número de infectados passa dos 1.700, sendo que ainda existem, ao menos, cem casos considerados suspeitos.

Os problemas com o Ebola nunca haviam ganhado tais proporções anteriormente. O atual surto começou em março, na Guiné e se espalhou rapidamente para Serra Leoa, Libéria e agora chegou até a Nigéria.

Os EUA, país cujo dois habitantes se contaminaram durante uma passagem pela África, também aumentou o nível de alerta, segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças. Esta é a primeira vez que ocorre uma mobilização internacional deste porte, por conta de uma doença, desde 2009, quando ocorreu o surto da gripe H1N1.

A grande preocupação, é que, em uma época na qual existe uma intensa deslocação humana entre os países, o vírus do Ebola, que possui uma letalidade altíssima, se espalhe rapidamente e a epidemia fique sem controle, já que não se têm notícias sobre vacinas, tampouco remédios de eficácia comprovada. Embora, exista um tratamento experimental sendo desenvolvido nos EUA, o qual especialistas apelam para que seja aplicado nas regiões afetadas.

Por Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho,
com informações da Rádio China Internacional