Ebola afeta economia de países africanos e causa prejuízos financeiros

A economia da África Ocidental está severamente afetada pelo vírus ebola, de acordo com as informações divulgadas, nesta quarta-feira (27), pelo Banco Africano de Desenvolvimento.

Ebola

O presidente da instituição financeira, Donald Kaberuka, disse que a doença tem drenado muitos recursos orçamentários o que tem prejudicado o crescimento na região. Além disso, os países estão lidando com a saída de investidores e empresários estrangeiros e com projetos cancelados.

Kaberuka disse que PIB (Produto Interno Bruto) da região tem apresentado um recuo de cerca de 4%, o que significa muito para um país com um crescimento de seis bilhões de dólares.

Várias empresas estrangeiras estão diminuindo o ritmo de trabalho ou suspendendo a produção. A Caterpillar retirou um grupo de funcionários da Libéria, a Canadian Overseas Petroleum suspendeu um projeto de perfuração, a British Airways cancelou voos para a região e ExxonMobil e Chevron esperam os próximos acontecimentos para avaliarem se as autoridades de saúde conseguirão conter o perigo.

O surto ocorre justamente quando países como Libéria, Serra Leoa, Guiné e Costa do Marfim estavam começando a se reerguer depois de anos enfrentando crises e guerras civis.

Outro problema grave que afeta a economia é a segurança alimentar. A Libéria, por exemplo, pode sofrer dificuldade para encontrar comida em alguns locais daqui a algum tempo. Por conta da doença, as culturas agrícolas estão ameaçadas porque as pessoas não conseguem trabalhar na agricultura, seja por que foram contaminadas e não possuem força física, seja porque estão com medo de se contaminarem.

As estimativas indicam que são necessários cerca de 100 milhões de dólares para lidar com este que já é o pior surto do vírus. Mais de 2 mil pessoas foram contaminadas e 1500 perderam a vida.

O presidente do banco Africano também alertou sobre os rendimentos e níveis de fechamento do mercado de câmbio e da suspensão das viagens aéreas, o que isola a África Ocidental. A partir desta quinta-feira (28), a companhia aérea francesa Air France será mais uma empresa que decidiu suspender a realização de voos com destino à capital da Serra Leoa, Freetown, por causa do surto.

“A Air France continua, contudo, efetuando voos de ida e volta com destino à Nigéria e à Guiné”, diz comunicado da empresa.

Horas antes, o governo da França tinha recomendado a suspensão de voos para Freetown devido ao surto de ebola. Antes desta decisão, os aviões da Air France partiam com destino à Serra Leoa ao menos três vezes por semana.

Há alguns dias surgiu à informação de que os funcionários da Air France estavam demonstrando preocupação com os voos aos países afetados pelo ebola, por medo de uma contaminação.

Além de Serra Leoa, a Libéria, a Nigéria e Guiné concentram os casos da doença. No entanto, nos últimos dias, o Congo também confirmou casos de ebola em seu território. A OMS (Organização Mundial da Saúde) admitiu que a epidemia está sem controle. Pessoas de nacionalidades dos EUA, Espanha e Inglaterra foram contaminadas na África, mas ainda não existe nenhum relato de que a doença tenha deixado o continente.

Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina e da Voz da Rússia