Santos inicia 2º mandato com o compromisso de selar a paz na Colômbia

“Ninguém irá frear a Colômbia em paz”, essa foi a mensagem deixada por Juan Manuel Santos ao assumir o segundo mandato como presidente, nesta quinta-feira (7). O mandatário tem a oportunidade de efetivar o processo de paz e concluir as negociações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), iniciadas em 2012, durante seu primeiro governo. Essa foi sua principal promessa de campanha e o que o levou a derrotar o candidato urubista nas urnas.

Posse Juan Manuel Santos - AP

"Unidos, queremos a paz, porque a Colômbia quer a paz", cantavam crianças vestidas de branco, enquanto Santos e sua família caminhavam sobre o tapete vermelho para a tribuna.

Delegações de 74 países e mais de 2 mil convidados assistiram a cerimônia de posse de Santos na Colômbia. Dentre eles, os presidentes do Equador, Rafael Correa, e do México, Enrique Peña Nieto, e o rei emérito da Espanha, Juan Carlos I.

O presidente disse que o primeiro pilar do novo governo será a paz e vai cumprir o mandato que lhe foi dado pelos colombianos nas urnas em 15 de junho para avançar com um processo de paz que qualificou como "sólido e responsável".

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“Acredito firmemente que a Colômbia deve traçar uma meta com a qual todos possam estar comprometidos: Um país total, um país com igualdade e o mais educado de toda a região”, disse ele ao pedir que os cidadãos se envolvam de maneira efetiva na consolidação da paz.

As Farc e o governo colombiano chegaram a pré-acordos em três dos seis pontos da agenda de negociação – desenvolvimento agrícola, a participação na política e tráfico de drogas e, na próxima semana, devem iniciar as discussões sobre como reparar os mais de seis milhões de vítimas resultantes demais de meio século de conflito.

“O passo crucial é por fim ao conflito para garantir que não haja mais vítimas”, disse Santos. “Que família não tem um pai, uma mãe, um irmão, um primo ou um amigo que não tenha sido vítima do conflito?”, questionou.

Além das negociações com as Farc, realizadas em Cuba, Santos anunciou, pouco antes de sua reeleição, o início de diálogos exploratórios pela pacificação do Exército de Libertação Nacional (ELN), segundo maior grupo rebelde da Colômbia, com 2,5 mil integrantes.

Em entrevista divulgada nesta quinta-feira (7) no site do jornal americano Washington Post, Juan Manuel Santos descartou eventuais julgamentos contra todos os guerrilheiros das Farc – pois "levaria cem anos".

"Você tem que escolher os principais responsáveis; serão julgados e condenados aqueles que realmente estão por cima e são responsáveis" por crimes, acrescentou.

Ao lado da pacificação, Santos terá outros desafios urgentes para superar a desigualdade na Colômbia, que vive um de seus melhores momentos econômicos. Embora tenha fechado 2013 com um crescimento de 4,7%, o país ainda sofre em áreas como saúde, educação e justiça.

Théa Rodrigues, da redação do Portal Vermelho,
Com informações de agências