Ataque a uma caravana sandinista deixa 5 mortos na Nicarágua

 O trabalho coordenado entre a Polícia Nacional e o Exército da Nicarágua chegou a oito autores do ataque contra as caravanas sandinistas, no último dia 19 de julho, em El Carmen, município de Ciudad Darío, e na comarca Wabule, município de San Ramón. Os ataques aconteceram quando alguns ônibus retornavam de Manágua, capital nicaraguense, após os festejos em comemoração aos 35 anos da Revolução Sandinista. O saldo da violência foram cinco mortos e 19 feridos.

Ataque a uma caravana sandinista deixa 5 mortos na Nicarágua - Infolatam

Os autores confessos são Leonel Poveda, José Ricardo Dávila, Eddy Gutiérrez Delgadillo, Jairo Alberto Obando Delgadillo, José Meza Raudez, Wilfredo Balmaceda, Rosendo Huerta e Zacarías Cano Angulo. Segundo informou a chefe da Polícia Nacional, Aminta Granera, em entrevista coletiva, os acusados serão processados por conspiração, crime organizado, assassinato, lesões graves, posse de armas proibidas e danos à propriedade.

Granera apontou que Gutiérrez, Obando e Martínez Ruiz foram os autores dos disparos com escopetas e um fuzil AK 47.Já José Ricardo Dávila é apontado como um dos autores intelectuais do crime e também está sendo acusado de ocultar o nome de outros dois envolvidos no ataque. Ele foi apresentado como integrante do grupo criminoso Los Zetas, um dos quais comanda o narcotráfico no México.

Assim como Dávila, a maior parte dos acusados já tem antecedentes criminais. Leonel Poveda foi processado por homicídio em 2001. Ele é ex-membro da Resistência Nicaraguense e militante do Partido Liberal Independente (PLI) em Ciudad Darío. Eddy Gutiérrez e Zacarías Cano também são ligados ao PLI, situação que dá indícios de que o crime foi movido por fanatismo político.

Apesar da ligação dos envolvidos com partidos políticos, a chefe da Polícia Nacional enfatizou que, na Nicarágua, não existem mais grupos armados com caráter político. "Estes são criminosos e estamos tratando como criminosos”. Rebatendo acusações, Granera também esclareceu que a Polícia não praticou desaparecimentos forçados durante as investigações, como denunciaram organizações de direitos humanos e familiares, apenas manteve algumas pessoas detidas na Diretoria de Auxílio Judicial, como parte do processo normal de investigação.

Após a divulgação do envolvimento de pessoas ligadas ao PLI no ataque, o secretário nacional do partido, Boanerges Matus, declarou, por telefone, ao Canal 15, que entre alguns liberais há "ressentimento”, pois eles alegam que ganharam as eleições municipais em 2012, em Ciudad Darío, mas o Poder Eleitoral deu a vitória à Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Apesar disso, Matus apontou que ninguém deve fazer justiça com as próprias mãos, nem muito menos praticar ataques com os do dia 19 de julho.

O presidente do PLI, Eduardo Montealegre, também se manifestou afirmando que, segundo as leis do país, se deve presumir a inocência até que se prove o contrário.

"Nós vamos defender nossa gente, vamos apoiá-los, assim como queremos seguir denunciando os abusos que cometeram contra esses membros do PLI e membros do PLC [Partido Liberal Constitucionalista], que foram retirados de suas casas, que foram agredidos, que foram escondidos por vários dias”, manifestou, acrescentando que o partido vai disponibilizar advogados para atenderem aos acusados e apoiarem suas famílias.

Fonte:  Adital