Presidenta do Conselho Mundial da Paz exige que pare a matança em Gaza
A brasileira Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP), exigiu em conferência e entrevistas no Paraguai, onde realiza missão de solidariedade, que cesse o massacre que Israel realiza na Faixa de Gaza, qualificando-a como genocídio do povo palestino.
Publicado 12/08/2014 06:36
Em entrevista à Prensa Latina, Socorro Gomes disse que é urgente a mobilização em todo o mundo para que termine a carnificina materializada pelos bombardeios e ataques de Israel que têm como principais vítimas crianças, mulheres, idosos e toda a população civil do território.
A líder do movimento da paz e solidariedade qualificou de hipócrita e cruel a posição do governo israelense, que pretende fazer a opinião pública internacional crer que os culpados pela guerra são os palestinos, ao ponto de apresentar a falsa acusação da utilização de crianças como escudos humanos.
Tendo em vista a possível constituição de um núcleo do Conselho Mundial da Paz no Paraguai, Socorro Gomes participou de um debate sobre o tema "A agressão imperialista e a importância da luta pela paz hoje", realizado na sede da Frente Guasu, coalizão de partidos e organizações sociais.
Participaram, entre outras personalidades, a senadora Esperanza Martínez, o presidente do Partido Comunista do Paraguai, Pedro Luís Casabianca, o secretário de Relações Internacionais da Frente Guasu, Ricardo Canese, e o dirigente político liberal, Domingo Laino.
Na entrevista à Prensa Latina, Socorro Gomes definiu como urgente a necessidade da solidariedade com a Palestina, o que, na sua opinião, é uma tarefa de toda a humanidade, para além de posições políticas.
“É preciso denunciar o holocausto do povo palestino executado por Israel da mesma forma cruel que o nazismo fez contra os judeus e é terrível pensar que estejam fazendo algo semelhante em Gaza”, assinalou.
A presidenta do CMP destacou que o governo israelense não acata as resoluções da ONU, ao passo que os Estados Unidos o sustentam política e economicamente em seu próprio benefício e votaram contra a condenação desses ataques pela única razão de serem seus cúmplices.
“Todos os povos do mundo devem demandar perante a ONU contra os que realizam crimes de lesa-humanidade de forma impune, do que os Estados Unidos se beneficiam, criando monstros na região e destruindo países, como ocorreu também com a Líbia”, acrescentou.
Socorro Gomes, que em sua visita manteve várias conversações com organizações paraguaias defensoras dos direitos humanos, disse que o povo guarani está sofrendo muitas perseguições e que ocorrem assassinatos de camponeses. Assinalou que é grave a impunidade e que os culpados não estejam presos.
A dirigente afirmou que os poderosos protegem algo que causa muita dor à população e isso chama o Conselho Mundial da Paz à solidariedade com o Paraguai diante de tantas ameaças e desafios.
Ao referir-se ao trabalho do Conselho na América Latina, Socorro não deixou de ressaltar o papel desempenhado por Cuba e especialmente por seu líder histórico, Fidel Castro, na luta pela paz. “Fidel sempre chamou a atenção – disse Socorro – para as aventuras bélicas do imperialismo, algo que está acontecendo”.
A dirigente do movimento pela paz e a solidariedade aos povos manifestou contentamento com a força alcançada na região pelos defensores da paz, com a existência de instrumentos como a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que reúne todos e que, durante a presidência de Cuba, emitiu um documento importante declarando a América Latina e o Caribe uma zona de paz.
“Tenho a convicção de que os povos, com sua luta, vão construir o mundo de paz sonhado por toda a Humanidade”, concluiu.
Javier Rodriguez Roque, de Assunção, para a Prensa Latina