União Europeia quer afastar América Latina do mercado russo

A União Europeia deve pressionar o Brasil, o Chile e outros países latino-americanos para que não exportem produtos alimentícios para a Rússia e, dessa forma, renunciem a ocupar o lugar dos fornecedores europeus cujos produtos foram restritos ou banidos por Moscou. A informação, baseada em fontes de Bruxelas, foi publicada nesta terça-feira (12), pelo jornal britânico The Financial Times.

Colheita de soja no Centro-Oeste do Brasil

Na quinta-feira (7), a Rússia proibiu a importação de carne, laticínios, aves, frutos do mar, peixes, frutas e legumes dos Estados Unidos, da União Europeia, do Canadá, da Austrália e da Noruega, países que, anteriormente, haviam imposto sanções econômicas contra Moscou usando a crise na Ucrânia como pretexto.

O Ministério da Agricultura russo propôs então substituir as antigas fontes europeias por produtos de outros países, particularmente da América Latina.

De acordo com o Financial Times, o Brasil já autorizou 90 produtores de carne a começarem imediatamente as exportações de frango, porco e gado para o país eslavo. O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra, disse que sua organização está pronta para substituir as vendas de frango dos Estados Unidos no mercado russo.

Além disso, o jornal britânico afirma que o Chile também sairá beneficiado com as medidas restritivas da Rússia contra a importação de peixes.

Um alto funcionário da União Europeia citado pelo diário disse que serão realizadas negociações com os países capazes de substituir as exportações do Velho Continente para a Rússia. Nesses encontros, segundo a publicação, se tentará convencer a América Latina a “não usar esta situação para obter lucro de forma injusta".

Segundo outra fonte na União Europeia, as negociações serão "políticas", na medida em que não serão abordadas reclamações jurídicas a respeito dos exportadores de alimentos para a Rússia, mas apenas tentativas diplomáticas de delinear "uma visão internacional unificada sobre a situação na Ucrânia".

Com informações do Diário da Rússia