Diálogos de paz: Com a palavra as vítimas do conflito colombiano

A intervenção do primeiro grupo de 12 vítimas foi feita no salão de protocolo das relações exteriores de Cuba, no Laguito, zona oeste da capital, de acordo com o noticiário do meio-dia deste sábado (16) da televisão local.

As sessões de debates se desenvolveram a portas fechadas. É a primeira vez que nos esforços pela paz na Colômbia as vítimas do conflito foram incorporadas e passaram a fazer parte da solução política.

"As vítimas deram seus testemunhos, compartilharam sua dor e expuseram suas demandas para alcançar o perdão e a justiça, a reparação de seus direitos e a reconciliação de todos os colombianos", diz o informe divulgado pela televisão cubana.

Estas pessoas – acrescenta o comunicado – são afetadas pela confrontação colombiana de mais de 50 anos e que deixou cerca de 220 mil mortos e cinco milhões de desalojados de seus locais de moradia, assim como um número significativo de feridos, viúvas, órfãos e mutilados.

Procedentes de várias regiões da Colômbia, este primeiro grupo de 12 vítimas constitui uma mostra de fatos como homicídios, tortura, sequestro, massacre, despojo, desalojamento e desaparecimento forçado.

Há um equilíbrio quanto aos autores desses fatos, as Farc, as forças do Estado e os grupos paramilitares.

O noticiário cubano ressaltou que o encontro das vítimas com negociadores do governo e da guerrilha foi um momento solene e de grande simbolismo.

Participaram das sessões de testemunhos como moderadores membros da Organização das Nações Unidas na Colômbia, do Centro de Pensamento da Universidade Nacional de Bogotá e da Conferência Episcopal Colombiana.

Também estavam presentes representantes de Cuba e da Noruega, países garantidores do processo de paz colombiano, e da Venezuela e do Chile, países acompanhantes dos diálogos.

Desta forma, começaram os testemunhos das vítimas do conflito armado nas conversações de paz em Havana, e se espera que ao longo deste ciclo um total de 60 representantes de afetados (divididos em cinco delegações) façam suas vozes serem ouvidas na Mesa de Conversações.

Em novembro de 2012, o governo colombiano e as Farc começaram os diálogos de paz, baseados em uma agenda de cinco pontos. Já chegaram a acordos parciais em três: desenvolvimento agrário integral, participação política e solução ao problema das drogas ilícitas.

Prensa Latina