Operários comemoram 11 anos de ocupação da Flaskô

Começa na sexta-feira (29) e vai até o domingo (31) o 5º Festival Flaskô Fábrica de Cultura 11 anos de Controle Operário em Sumaré, interior de São Paulo. Com muitas atrações de teatro, música, cinema e debates. “A ideia do festival nasceu em 2010 para coroar a utilização que fazemos do galpão que estava ocioso para criar uma fábrica de cultura e esporte”, explica Rafael Gironi, um dos coordenadores do projeto.

Operários da Flaskô - Reprodução

Ele sintetiza a história do festival ao contar como o projeto da “fábrica ocupada” começou. “No processo de falência da Cipla, Interfibra, Flaskô, aqui em Sumaré (SP), os trabalhadores assumiram a gestão da fábrica com muitas dificuldades para superarem as dívidas que os patrões deixaram, mas estamos tocando a fábrica desde então”, revela.

Segundo Rafael, além dos operários, os moradores de Sumaré e das cidades vizinhas também participam do trabalho. “O festival é a celebração do acúmulo de experiência nesses anos todos de ocupação”, reforça o coordenador do Flaskô. “E como temos o objetivo de manter uma autonomia financeira em relação à administração da fábrica, necessitamos de doações para manter viva a chama do projeto e do festival de cultura”, defende. “Precisamos garantir a infraestrutura do evento e bancar o transporte e a estadia dos participantes”, explica.

Mas as comemorações já começam na sexta-feira (22) e seguem até domingo (24), com um pré-festival para esquentar as baterias. A região toda está animada com esta edição do festival que “a cada ano cresce em número de artistas e de público”.

“Entendemos a arte como instrumento de reflexão e crítica, uma arte que contribua para a formação de sujeitos, e que estes sujeitos se reconheçam protagonistas diante da história. Precisamos compreender o passado, falar do presente e criar possibilidades futuras, construindo nossas próprias memórias e nos articulando socialmente. É através da arte que podemos manifestar nossos ideais e ideias. É através da convivência, de conversas casuais, de compartilhamos os espaços que podemos construir mudanças”, diz o texto de apresentação do festival.

Fonte: CTB