Gaza sofrerá sérias dificuldades se Israel não acabar com o bloqueio 

O comissário geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA), Pierre Krahenbuhl, afirmou na segunda-feira (18) que o bloqueio imposto por Israel na Faixa de Gaza, mantido desde 2007, precisa acabar.  

Israel bombardeia alvos indiscriminadamente em Gaza. - Malta Today/Reprodução

Em uma entrevista para a agência de notícias britânica Reuters, o funcionário das Nações Unidas disse que os palestinos que estão na região terão sérias dificuldades. “Não acredito que mesmo uma trégua duradoura agora possa permitir que a população tenha condições adequadas”, aponta.

"Se for esse o caso, levará anos e anos e anos para reconstruir", afirmou, referindo-se às dificuldades de transporte e introdução no território de materiais e equipamentos de construção. Na avaliação dele, uma reorganização da vida em Gaza deve demorar, ao menos, uns 15 anos, caso o bloqueio não seja interrompido.

"Se isso não mudar, se este paradigma não mudar. Se há algo que pode trazer um novo paradigma, um novo acordo, uma nova esperança para as pessoas é a abertura".
Por conta das investidas israelenses, boa parte da infraestrutura de Gaza foi destruída, incluindo a sua usina de energia, o centro de tratamento de água, terras agrícolas, escolas e hospitais.

De acordo com fontes médicas palestinas, pelo menos 2.016 palestinos, incluindo 541 crianças, morreram vitimados pelos ataques israelenses, além disso, 10.193 ficaram feridos até agora. Segundo a ONU, 84% das vítimas das atrocidades israelenses são civis.

Israel retomou os ataques a Gaza

O regime israelense voltou a atacar, nesta terça-feira (19), a Faixa de Gaza. As informações são de que ao menos dez locais da região foram atingidos. Aviões israelenses bombardearam vários terrenos agrícolas, uma aldeia beduína (norte), dois pontos no bairro de Zeitoun e um em Khan Younis (ambos no sul). Os militares de Israel também lançaram ofensivas contra a costa de Gaza.

A nova ofensiva começou depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou ao exército para atacar o enclave costeiro, com base em supostos lançamentos de três foguetes de Gaza com direção aos territórios ocupados.

Então, Netanyahu retirou unilateralmente a delegação israelense do Cairo, capital do Egito, local no qual aconteciam as negociações sobre uma trégua duradoura em Gaza. O porta-voz do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Sami Abu Zuhri, rejeitou as alegações de disparos e assegurou que os palestinos não começaram os ataques.

"Não temos nenhuma informação sobre o disparo de foguetes a partir de Gaza. Os ataques israelenses visam sabotar as negociações no Cairo", acrescentou o porta-voz do Hamas.
Por sua vez, os combatentes palestinos responderam aos ataques israelenses com foguetes em territórios ocupados do sul.

Milhares de palestinos fogem de Gaza por medo dos ataques israelenses

Milhares de palestinos fugiram de suas casas na Faixa de Gaza, nesta terça-feira (19), por conta do reinício dos ataques israelenses. Na Cidade de Gaza, era possível ver palestinos carregando grandes sacos e malas, fugindo com medo de ser alvo da agressão do governo de Tel Aviv.

Milhares de moradores das áreas de Zeitun e Schaaf também começaram a fugir, depois que o exército israelense lançou vários ataques em diversas áreas nas proximidades. A nova ofensiva israelense contra Gaza deixou cinco palestinos feridos, incluindo duas crianças.

Tayguara Ribeiro, da redação do Vermelho,
com informações da HispanTV