Reestruturação econômica da China tem impacto na relação com o Brasil

O declínio acentuado no crescimento do comércio sino-brasileiro é resultado da reestruturação económica do país asiático, de acordo com especialistas. Segundo eles, é importante reorientar esses laços tendo em vista a modernização das estruturas industriais dos dois países.

Brasil China - Blog do Planalto

Dados da agência de notícias estatal chinesa Xinhua apontam que o ritmo do comércio bilateral está desacelerando, uma vez que no primeiro semestre de 2014 mostrou um crescimento de apenas 7%, uma queda abrupta em comparação com 43,6% registrados no mesmo período de 2011.

Especialistas acreditam que a China e o Brasil precisam redesenhar as relações comerciais. No primeiro semestre de 2014, de acordo com estatísticas oficiais chinesas, 86,5% do comércio entre a China e o Brasil foi de minerais e produtos agrícolas.

Sobre esta questão, o pesquisador Sun Yanfeng, do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, diz que a queda é resultado da reestruturação econômica executada pelo governo chinês, um país que "gradualmente está eliminando indústrias de alto consumo energético e que tem controlado o seu crescimento econômico."

Isso resultou em uma menor demanda pelos recursos naturais do Brasil, disse o acadêmico depois de lembrar que o comércio bilateral tem sido muito focado em commodities.

Apesar da queda no volume de comércio, Sun disse que há novas oportunidades de negócios entre os dois países se as se antenarem nas novas mudanças comerciais.

Neste sentido, o especialista da Academia de Ciências da China, Zhou Zhiwei, disse que as economias destas duas nações podem ir além da simples criação de mais projetos conjuntos e intercâmbio de investimento.

“O Brasil precisa financiar seus programas e as companhias chinesas podem ser importantes neste sentido já que a transformação econômica brasileira é baseada na modernização da sua indústria e estimula o investimento na construção de infraestrutura”.

O comentário lembra o encontro em julho entre o presidente chinês, Xi Jinping, e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, durante uma visita oficial ao Brasil, quando os líderes conversaram sobre maiores investimentos nas áreas de transportes, informação, infraestrutura, agricultura, logística e inovação em ciência e tecnologia.

China continua a ser o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009 e o país está na nona posição entre os principais parceiros comerciais do gigante asiático.

Da redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina