Indígenas participam de conferência da ONU por mais direitos 

Mais de mil delegados dos cinco continentes participam nesta segunda-feira (22) e terça-feira (23) da primeira Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas, fórum das Nações Unidas que permitirá aos originários reivindicar reconhecimento e respeito a seus direitos.

Indio - Reprodução

A reunião consiste em uma plenária de alto nível da Assembleia Geral da ONU, que contará com mesas redondas para tratar as principais preocupações de cerca de 370 milhões de pessoas, como o cumprimento da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, de 2007.

O acesso a terra e aos recursos naturais, a participação na tomada de decisões e a necessidade de espaços para as metas e aspirações das comunidades originárias na agenda pós-2015 de desenvolvimento sustentável, se destacam entre os temas de debate nos grupos de trabalho.

A ONU admite que se alcançou pouco progresso na materialização dos direitos dos indígenas, que sofrem pobreza, fome, expulsões e repressão.

Segundo dados das Nações Unidas, existem no planeta mais de cinco mil diferentes grupos originários, distribuídos em 90 países, representando mais de 5% da população mundial.

Apesar da Declaração aprovada pela Assembleia Geral em 2007, a existência de mecanismos de atenção e o lançamento de duas décadas a favor dos indígenas (1994-2004 e 2004-2014), estes seguem discriminados, expulsos de suas terras e vítimas de outras injustiças.

Líderes indígenas de vários países têm expressado neste ano suas expectativas pelo foro, o qual teve que superar obstáculos relacionados com sua realização e a confecção do esboço de documento final.

Para a nicaraguense Mirna Cunningham, do grupo étnico Miskito, a Conferência constitui uma oportunidade de definir o futuro e um plano de ações para garantir o respeito aos direitos das comunidades ancestrais.

Por sua vez, Edward John, grande chefe da nação Tl'azt'em, localizada na província canadense de Columbia Britânica, qualificou de chave o evento para levantar a voz de seres humanos submetidos a séculos de discriminação e saques.

Espera-se que a reunião se conclua com a aprovação de um documento que expresse o compromisso dos governos com os direitos dos povos originários.

Fonte: Prensa Latina