UJS protesta contra Marina Silva e Bornhausen em Santa Catarina

Marina Silva esteve em Florianópolis nessa terça-feira (23), cumprindo agenda de campanha. A representante da “nova política” declarou apoio ao candidato a senador Paulo Bornhausen (PSB) e dividiu o palanque com ele na inauguração da Casa de Marina, mas foi hostilizada por militantes da UJS. "Mais amor, menos Marina!", gritaram centenas de estudantes que protestaram em Florianópolis.

Militantes da UJS de Santa Catarina - UJS-SC

Candidato ao Senado pelo PSB, Paulinho, como é conhecido, é filho do ex-senador Jorge Bornhausen, que foi governador biônico de Santa Catarina na época da ditadura. Um dos nomes fortes da Arena, partido que deu sustentação ao regime militar, Jorge fez carreira no antigo PFL e permaneceu no DEM até 2011, quando deixou a vida partidária.

Quando questionada sobre uma possível contradição entre a sua “nova política” e a união com uma família tradicional como a Bornhausen, Marina rebateu: “Desde 2010 eu digo que gente boa existe em todos os lugares, em todos os partidos. Não vamos fazer aquilo que condenamos. Ninguém deve ser punido por atos de parentesco”.

Os jovens socialistas, em repúdio a essa aliança, fizeram o ato “Mais amor, menos Marina” e manifestaram apoio a causa LGBT. Eles carregaram faixas denunciando a ligação da candidata com o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) os estudantes promoveram um beijaço contra a homofobia e a favor do casamento homoafetivo.

“O ato surgiu por vários motivos. Um deles é fazer enfrentamento direto à maior oligarquia do estado de Santa Catarina, os Bornhausen, com o qual ela (Marina) está no mesmo palanque; outro motivo é a disputa presidencial em que defendemos Dilma. E também por conta do plano de governo dela, que retirou as propostas LGBTs. Então foi um ato onde tivemos que tomar muito cuidado, pois os Bornhausen são muito poderosos na região, tivemos que ir com cautela e uma das formas onde conseguiríamos expressar nossa indignação seria com beijaço gay e cartazes”, declarou Fafá Capela, secretária de organização da UJS-SC.

O programa de governo de Marina incluía proposta de legalizar o casamento gay, mas o trecho foi retirado após pressão do líder evangélico Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, mesma igreja que a candidata frequenta. A presidenciável afirma que a mudança se deve a um erro da equipe de campanha.

“Estamos protestando contra os resquícios da ditadura, por todos os cidadãos brasileiros. Famílias que mataram naquela época não podem persistir mandando neste país”, declarou o estudante de direito e presidente da UCE Yuri Becker.

Fonte: UJS