Equador exige compromisso do Norte para minimizar mudanças climáticas

O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, durante a Assembleia Geral da ONU, na manhã desta quinta-feira (25), exigiu aos países industrializados e principais responsáveis por contaminar o ambiente, um verdadeiro compromisso com o combate às mudanças climáticas.

Ricardo Patiño - Ministério de Relações Exteriores do Equador

“Se avança muito lentamente a hora de adotar ações concretas para enfrentar o problema, as respostas são ainda muito tímidas”, afirmou Patiño em coletiva de imprensa depois de sua participação na Assembleia Geral da ONU.

De acordo com o chanceler, durante os fóruns se expressa uma boa vontade, mas na prática não se dão passos concretos para lidar com o aquecimento global derivado da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, cenário que segundo os conflitos, representam uma ameaça para a sobrevivência humana.

“O Equador é um contaminante residual, sem dúvidas impulsiona iniciativas que, se aplicadas por outros Estados, teriam um importante impacto”, disse o chanceler, que na véspera abordou o tema ambiental em seu encontro com o secretário geral da ONU Ban Ki-moon.

Patiño explicou que o país sul-americano trabalha com a mudança da matriz energética, para reduzir ao mínimo a dependência dos combustíveis fósseis e a geração de eletricidade, e também substitui as cozinhas de gás por equipamentos de indução.

A propósito da recém celebrada primeira Conferência Mundial dos Povos Indígenas, Patiño reiterou o compromisso de Quito com a inclusão política e socioeconômica dos originários. “O mais importante é abrir espaços e oportunidades a esses seres humanos tradicionalmente marginalizados”, disse.

Para o chanceler, os acordos e declarações em fóruns que abordam a problemática indígena são importantes, mas a chave está em torna-los realidade.

Na segunda e terça-feira (22 e 23), a Assembleia Geral acolheu o encontro sobre os povos originários, evento que deixou um documento final dirigido a garantir a aplicação, por parte dos governos, da declaração adotada pela Assembleia em 2007 com objetivo de reverter as violações dos direitos indígenas no planeta.

Patiño comentou à imprensa que durante sua estada na ONU trata prioridades para seus país como o impulso a instrumentos legais vinculantes que impeçam as transnacionais violar as leis dos Estados e os direitos humanos e da natureza.

“Sofremos a negativa experiência da petrolífera estadunidense Chevron – Texaco, a qual provocou danos ambientais na Amazônia durante as quase três décadas de operações na região e pretende se esquivar de suas responsabilidades”, advertiu o chanceler.

Segundo ele, também está na agenda a questão de Julian Assange, ativista australiano detido na embaixada equatoriana em Londres há dois anos, porque o Reino Unido nega a ele o salvo-conduto para viajar ao Equador, país que lhe concedeu asilo.

Outro tema prioritário do chanceler é relativo aos preparativos para a celebração, no Equador em 2016, da 4ª Cúpula da América do Sul e África (ASA), fórum que servirá para fortalecer a cooperação e promover o comércio às inversões Sul-Sul.

Fonte: Prensa Latina