Bolsistas do Ciências sem Fronteiras criam o grupo “Samba Rousseff”

No embalo dos pandeiros e cavaquinhos, sete universitários brasileiros que se conheceram durante intercâmbio em Portugal em 2012 prometem agora reeditar a banda que criaram na Europa. 

Samba Rousseff

O grupo surgiu no final de 2012, da união de dois intercambistas e cinco bolsistas do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF) que chegaram à “terrinha” para estudar na Universidade do Porto. Não por acaso, o lema do conjunto, estampado nas camisas oficiais que a banda vendeu a nove euros, era “O nosso samba é sem fronteiras”.

Com um repertório que ia de Revelação, passando por Parangolé e Thiaguinho, e terminando no já consagrado sertanejo universitário, a banda Samba Rousseff embalou estudantes brasileiros, portugueses e outros europeus até meados de 2013. No começo, quase não havia ensaio para as performances. O improviso é que dava a cadência do samba.

"A gente sempre tratou a banda como uma brincadeira. A ideia era mais integrar a galera lá do Porto, já que todo mundo tinha acabado de chegar e ninguém se conhecia" explicou o estudante de Ciência da Computação, Lucas Soares, um dos vocalistas da banda.

Mas o grupo foi ganhando fãs, o que atraiu olhares de empresários portugueses. O negócio cresceu, e o Samba Rousseff já fazia shows em clubes e boates das principais cidades de Portugal, como Porto, Coimbra e Lisboa. Nesse meio tempo, parte do grupo caiu na estrada Europa afora, passando por países como a França e República Tcheca, no que ficou conhecida, em tom jocoso, como a “pequena turnê” do conjunto. Houve até uma tentativa de gravação de DVD oficial:

"Isso foi uma casa de show que quis gravar um DVD nosso. A gente chegou a fazer o show lá, mas o cara responsável pelo som cometeu uns erros, e ficou muito ruim o produto final. Ficou só a história pra contar mesmo " disse o estudante de engenharia da PUC-Minas, Filipe Batista, responsável pelo banjo.

Em junho de 2013, enquanto brasileiros por aqui tomavam as ruas nos maiores protestos do país nos últimos 20 anos, o Samba Rousseff de pagode fazia sua despedida dos palcos, com direito a vídeo em que a trilha sonora era “O show tem que continuar”, de Arlindo Cruz. O motivo era o fim do período de intercâmbio de parte dos integrantes da banda.

Meses depois, com todos no Brasil, os pagodeiros fizeram uma reedição especial do Samba Rousseff no carnaval de Diamantina (MG). Mas como um deles mora em Santa Catarina, outro na Bahia, e um no Ceará, a banda não pode fazer mais shows ao longo de 2014. Esse período de jejum pode ser quebrado, no entanto, no réveillon de Fortaleza.

"Seria só algo pontual mesmo, porque um de nós mora lá. Mas como cada um mora em um lugar, não deu para manter ", lamentou Lucas.

Apesar da agenda cheia, os membros do Samba Rousseff garantem que conseguiram conciliar a parte artística com o lado acadêmico. Todos afirmaram que os shows aconteciam nas férias do Hemisfério Norte, apesar de na página do Facebook da banda constar que o grupo teve apresentações ao longo de todo o primeiro semestre de 2013.

"A galera achava que a gente só fazia pagode e tal, mas o povo da banda era bem dedicado à universidade, era mais em fins de semana mesmo, tanto que apareceram uns empresários querendo gerenciar a banda, mas a gente deixava claro que esse não era nosso foco. Mesmo porque quatro membros da banda, além de estudar, conseguiram estágio. Durante a semana a gente nem se encontrava direito", afirmou Filipe.

Tudo leva a crer que, para a festa de réveillon deste ano, a Samba Rousseff estará de volta à ativa, desta vez em Fortaleza (CE).


Confira o vídeo de despedida do Samba Rousseff.


Com agências