Transexuais são discriminadas em shopping de Fortaleza

Achylla Nascimento foi vítima de transfobia (discriminação a transexuais), na tarde da última segunda-feira (29/09), no Shopping Benfica. A jovem transexual estava no banheiro feminino quando foi abordada por seguranças que alegaram que ela não poderia usar aquele banheiro e sim o masculino.

Para protestar contra a intolerância, um grupo de apoio às causas de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBTs) realizou um ato contra a conduta preconceituosa do Shopping Benfica. Com cartazes, reivindicaram respeito e expuseram a Lei Municipal 8.211, de 1998, que prevê punição para estabelecimentos comerciais que discriminem clientes por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero. “Chegamos ao shopping às 20 horas, todos de forma pacífica e discreta, quando nos dirigimos ao banheiro. Logo os seguranças passaram o rádio falando da nossa presença”, disse Silvia Cavalleire, transexual, universitária e militante do movimento LGBTs.

Ao questionarem sobre o porquê de não poder usar o banheiro feminino, o grupo foi coagido a sair do local sob acusação de “tumulto”. “Além disso, fomos desafiadas a provar que somos mulheres”, criticou Silvia. “Em resposta a essas atitudes levantamos cartazes e fizemos falas expondo o preconceito que estávamos sofrendo. Logo depois, nos dirigimos às escadas quando formos cercados pelos seguranças, que nos mantiveram presos na escada rolante. Vários frequentadores do shopping apoiaram a nossa causa”, acrescentou.

Na mesma noite, as transexuais foram à delegacia prestar um Boletim de Ocorrência (BO) sobre os danos morais que nos foram causados. “Estamos tomando as providências legais para que o shopping seja devidamente punido e que situações como essa não voltem a se repetir”, ratificou Cavalleire.

Candidata a deputada estadual pelo PCdoB, Silvia Cavalleire defende a necessidade da aprovação da Lei que Criminaliza a homofobia (PLC – 122). “Criminalizar a homofobia não constitui uma busca de ‘direitos especiais’ às lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT), mas a instituição de um mecanismo legislativo que consiga coibir, efetivamente, o preconceito. A sociedade deve ter lado nessa luta, o lado de quem respeita, aceita e defende a identidade de gênero e a diversidade sexual”, defende.

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De Fortaleza,
Carolina Campos (com a colaboração de Sarah Cavalcante)